terça-feira, 20 de junho de 2023

Fundação da Vila de Piratiní e do Colégio de S. Paulo, Povoamento, Fauna, Flora, Geografia, Clima, Bugres, Bandeiras, Trogloditas Canibais e Invasores Colonialistas.

A CARISMÁTICA CIVILIZAÇÃO
BANDEIRANTE PAULISTA
"Historicamente há uma distintiva civilização e cultura paulistas - notadamente uma civilização paulista - que embora brasileira, destaca-se das Capitanias do Sul, do Nordeste, do Norte, pelas suas evidentes peculiaridades, mais pelo sentido que a domina, numa palavra - por sua alma nobre na formação do Brasil. Se, como assinala ainda Oliveira Vianna*, o homem brasileiro diferenciava-se cada vez mais do tipo peninsular ibérico originário (português e espanhol), esse fenômeno contudo não alterou o psiquismo paulista, nem o seu ethos (fidalgo cavalariano), profundamente radicados na concepção de vida de que a nobreza cristã deu testemunho histórico e a nobreza para aqui transladada pelo monarca lusitano** o confirmou nestas terras do Novo Mundo".
 In "Os Paulistas"  
João de Escantimburgo 
Imortal das Academias Paulista e Brasileira de Letras (1915-2013). Deus tenha consigo a sua nobre alma!
*Oliveira Vianna - Populações Meridionais do Brasil
**D. João III de Aviz O Piedoso

Conduzido Nunca, Conduzo!

Vila de Piratiní 
Fundada originariamente em 153às margens confluentes dos rios Tietê/Anhembi e Piratiní/Tamanduateí pelo 
Alm. D. Martim Afonso de Souza, Vice Rei das Índias 
Capitão-Donatário da 
Capitania de São Vicente 
Legada e Aforada em 1534-35 por Dom João III O Piedoso, Dinástico da Afonsina Ordem de Aviz e Gram Mestre da Ordem de Cristo;
inspecionada e ratificada em 1553 por Tomé de Souza 
1º Governador Geral do Brasil;
Transladada, Acolinada e Renomeada em 1554 pelo 1º Vice Provincial Jesuíta 
Manoel da Nóbrega como a
Vila de S. Paulo de Piratiní em 1554!
  ***Quem não conhece a sua própria história, também não tem identidade própria!***

1-Uma Cidade Colinária sob o céu tropical de Piratiní!
A PAULICÉIA, "pequenina, delicada" (termo derivado de "paulus", diminutivo latino e apelido de "baixinho" do Apóstolo Saulo de Tarso, santo-do-dia da fundação do colégio), é também a  carinhosa alcunha da minúscula cidadela alteada em acrópole* sobre a histórica colina sagrada Tupi de Inhapuambuçú no planalto central de Piratiní. Idêntico nome se dava à seleta sociedade paulistana em suas sucessivas gerações ou "nouvelle vagues" através dos séculos. Ela representou e ainda representa a renovada esperança de um povo cristão europeu de várias nacionalidades, tangido por circunstâncias angustiantes, que buscou em terras distantes e selvagens satisfazer os seus mais profundos anseios de liberdade e prosperidade, arriscando a própria vida no batismo do Maris Oceani Tenebrosum (o grande Atlântico!) e nos perigos das densas matas infestadas de feras, cobras venenosas, pestilências e principalmente canibais gulosos! 

Aqui, neste nosso amado torrão natal e sob a égide da Cruz de Cristo, se uniram em fraternal comunhão entre si e com os aliados nativos Tupi-Guaianás, para plantar suas preciosas sementes da Salvação Cristã e Civilização Ocidental Greco-Romana trazidas em suas pobres e sofridas bagagens, porém portadoras dos valores civilizatórios que germinariam e frutificariam a nobre, indefectível, singular e arquetípica Civilização Cristã Paulista!
Vista panorâmica da Colina Histórica paulistana do Século XVI
Estabelecida naquele isolado sertão planáltico de 800m de altitude acima da litorânea Vila de São Vicente, sede da Capitania, a diminuta acrópole paulistana logo se expandiria e se afirmaria como personalíssima república autônoma*** e cidade-Estado com foral real de tombo próprio, datado de Lisboa, 29 de Outubro de 1534, precedido de seis meses ao da sede vicentina, de 1535! Foi a firme determinação dos seus camaristas em fazer valer a plena autonomia nele outorgada e selada pelo sinete real do tombo (como conferiremos mais adiante no seu texto original) pelo 15° rei cristão de Portugal, D. João III O Piedoso, da original dinastia afonsina e Ordem de Aviz e Gram-Mestre da Ordem de Cristo (que dizem oriunda dos antigos templários?!). Eram os seus "homens-bons", camaristas ou senadores elencados e eleitos pelos votos do pelouro público, em cargos distribuídos já na 1ª vereança da Câmara em 1556 (fac-símile das assinaturas e marcas originais dos primeiros vereadores mais abaixo), antes denominada apenas pelo seu toponímico: Villa de Piratini(nga), fundada originariamente em 1532 pelo seu Capitão Donatário D. Martim Afonso de Souza, que subiu a Serra a pé, em companhia do pré-povoador planaltino João Ramalho e seu sogro morubixaba Tibiriçá e visitada em 1553 pelo 1º Governador Geral do Brasil Tomé de Souza, trazendo com ele da Bahia o colegiado jesuíta, antes de sua partida definitiva do Brasil.
D. João III O Piedoso
**UMA IMPENSÁVEL LIBERALIDADE REAL EM MEIO AO RÍGIDO UNIVERSO FEUDAL! 

Foi o idealismo cristão (ou o utopismo Templário da Ordem de Cristo!?) de D. João III O Piedoso, 15º Rei de Portugal, da genuína dinastia afonsina da Ordem de Aviz, quem introduziu um avanço no sistema monárquico da época, representado pela instituição de novos burgos republicanos independentes nos assentamentos da diferenciada Capitania de São Vicente, ligados diretamente ao trono, relegando assim o antigo conceito luso de município herdado de Roma. Os novos burgos, principalmente o de São Paulo de Piratiní, ficaram assim isentos daquela recorrente e infringente interferência dos senhores feudais como condes, duques e marqueses! Proibiu terminantemente às categorias feudais citadas, presentes e futuras (incluindo reinados posteriores Bragança que não o respeitariam!), quaisquer intromissões na liberdade político-econômica aforada e legada aos novos povoadores da Capitania Vicentina, organizados em câmara-senado com pelouro, juízes e vereadores! Foi uma especial deferência real ao Capitão Donatário dela, Almirante D. Martim Afonso de Souza, seu braço-direito e Vice-Rei das Índias adjuvado por seus colonizadores em parte oriundos da deserdada nobreza lusa secundogênita. Mas tão liberais regalias logo causariam melindres na posterior e intrusora dinastia de Bragança que sucederia seu filho D. Sebastião tido como "desaparecido" na duvidosa batalha de Alcácer-Quibir (na realidade, raptado pelos árabes e vendido ao rei espanhol Felipe I, seu primo e rival político, que o manteria em cárcere até a sua morte!), aliada ao despotismo dos próprios herdeiros-donatários Souza que se seguiram e alguns de seus velhacos loco-tenentes vicentinos, de mentalidade retrógada. Foi um erro conceitual do legado inicial, embora bem-intencionado de D. João III, pois suas Capitanias Hereditárias de costela senhorial, já projetavam em si mesmas idêntica dominação feudal que - paradoxalmente - ali se desejava extinguir!? Isto daria ensejo às constantes interferências loco-tenentes, infringindo a original e expressa vontade régia de completa autonomia manifestada no tombo real! 

A futura Villa Fermosa do Mato Grosso do (rio) Jundiaí, foi um exemplo disso, fundada numa colina idêntica à da sua vila natal Paulistana, pelo desterro de dezenas de famílias naquela "Marcha para Jundiaí" de 1649, defensoras da sua completa autonomia, na liderança do nativista patriota bandeirante e seu fundador de fato
Cap. Jerônimo de Camargo!

Durante todo o período colonial, esta discrepância de mentalidades ensejou permanentes divergências entre paulistanos autonomistas e vicentinos acarneirados à defasada mentalidade feudal lusófona! 

A urbanidade paulistana se agigantou sobremaneira com a chegada das grossas e duradouras taipas de pilão do marceneiro naval espanhol Bartholomeu Bueno de la Ribera (da ribeira-estaleiro do Rio Guadalquivir de Sevilha) que sabia confeccionar as pesadas formas de madeira que catapultariam o seu progresso arquitetônico!, depois adaptado às exigências dos arejados traçados arquitetônicos das Leyes de Índias, do rei Felippe II.(1)

Isto dividiria o povoamento independente, chegando mesmo à uma guerra civil entre 1640-1662, açoitado pelas constantes divergências de interesses entre mentalidades dóspares, insufladas ainda mais pelo descarado colaboracionismo dos posteriores inacianos setecentistas, escolados na arte da intriga e polarização política, tendo como pivô a hipócrita questão da supressão do trabalho indígena que tanto defendiam (apesar de não dispensarem esse trabalho em suas reduções!),  tolhendo assim o progresso das aguerridas Bandeiras de Batalha Paulistas defensoras de todo o territorio nacional, que tanto frustavam as pretensões colonialistas dos invasores espahóis e ingleses, seus verdadeiros patrões!
(1) As Leyes de Índias foram criadas para o bem de todas as colônias espanholas no governo de Felipe II, inclusive na arquitetura, catapultada pelas taipas de pilão dos discípulos do arquiteto italiano Andrea Palladio que por sua vez se inspirou no antigo Vitruvio, criador das duradouras casas senhoriais de Veneza até hoje existentes. Lembrando ainda que a Taipa de Pilão já era conhecida pelos árabes, herdada da mais antiga ainda Mesopotâmia. (informações do Prof. Emanuel França Barbosa de Santana de Parnaíba SP, que possui uma casa-pousada do século XIX, em idêntico estilo e planta  arejada). 
***Assinaturas dos primeiros vereadores e trecho do foral autônomo Joanino mais abaixo. (Três deles figuram em nossa linhagem: João Ramalho, Francisco Farel e Afonso Sardinha).
Desenho imaginário da Vila de São Paulo de Piratiní com base na narrativa algo míope dos vicentinos medrosos!
"Uma cidade edificada sobre as altas rochas" (da Serra do Mar), como fantasiosamente imaginavam os luso-vicentinos, ignorando a existência dum imenso planalto continental que se estendia por detrás das escarpas litorâneas, chegando até o Peru!
As íngremes Ladeiras colinárias de São Paulo de Piratiní. 
Ladeira do Colégio, século XIX, depois Porto Geral (referente ao antigo leito do rio Tamanduateí/Piratiní, então serpenteando lindeiro à atual Rua 25 de Março, depois retificado e afastado).
 
A triangular 🔻Colina Histórica era ladeada de íngremes declives, sendo o antigo Mirante de Tibiriçá no promontório Norte**** (atual Mosteiro de S. Bento) o mais abrupto e visível, posteriormente soterrado pela terraplanagem da ladeira da Rua Florêncio de Abreu e expansão do mosteiro construído sobre o sítio arqueológico tupi. O lado Oeste descendo para o Vale do Rio Anhang-ba-y, tributário do Tamanduateí/Piratiní, que vinha pela várzea oposta do Leste, fechando assim no seu encontro um protetor cinturão aquático em torno da colina circunvalada, similar aos fossos inundados dos antigos castelos medievais europeus, com imponente aspecto de fortaleza. O citado lado Leste, chamado Várzea do Carmo (lindeira ao Mosteiro do Carmo colina acima), era o mais exposto às intermitentes frentes-frias marítimas vindas do Polo Antártico pela Baía de Santos, escalando e nublando a "Muralha" da Serra do Mar e enregelando periodicamente a densa mata tropical do planalto piratiniguara. Desse entrechoque climático entre ar polar seco-gelado e atmosfera tropical-úmida, resultava uma condensação enevoada e chuvosa, constituindo a sua mais marcante característica geofísica que lhe valeu a alcunha: 

São Paulo, Terra da Garoa!

A triangular🔻"Proa do Navio"  era um promontório descalvado, "que se via de longe",  pelos nativos tupi desde a sua primitiva aldeia à margem campal do Rio Tietê.

A nova aldeia tupi foi transladada da margem do Tietê para a "proa do navio", onde depois foi construído o Mosteiro de S. Bento, antes um belo cenário de mirante (hoje soterrado) voltado para o Norte e Rio Tietê, de onde vinham os inimigos canibais Guarulhos, Tremembés, Tupiniquins, Tamoios. A atual Rua S. Bento tinha o nome original do seu morador e maior benfeitor o morubixaba nativo: Rua de Martim Afonso Tibiriçá! (tudo encampado pela ordem estrangeiram apagando a memória do dono da terra!?)
Inhapuambuçú, "O Monte que se vê de longe", em língua Tupi. Era a "Proa do Navio" da colina 🔻 triangular (que vimos acima), o seu ponto mais avançado sobre o descampado abaixo. Note-se na figura, que ao lado do Mosteiro de S. Bento e no morro frontal, não consta a atual rampa descendente que formou a Rua Florêncio de Abreu, o quê já indica um aterro posterior. (Desenho atribuído "a Debret" em visita de 1827 (?!), que nos parece mais um rústico desenho seiscentista de 1616, do mesmo espanhol que desenhou a casa da CMSP, dois séculos mais antigo!).

(²) Inhapuambuçú tinha esta visibilidade devido à sua então proeminente fachada calva, barriguda e rochosa (talvez monolítica, figura acima) coberta por fina camada de areia vitrificada pelos constantes raios, refletindo a luz solar, como um farol georreferencial diurno, visível de todos os pontos do campo onde ficava a antiga aldeia campal tupi à margem do Tietê. Primitivo marco histórico-geográfico, infelizmente destruído pela ganância das obras mal-pensadas e avarentas dos séculos que se seguiram (aterros e prédios muquifentos), extinguindo-lhe o seu primordial caráter paisagístico. Um mau-exemplo de administração pública que não soube preservar o entorno da sua preciosa identidade paisagística, da sanha especulativa e avarenta dos agiotas imobiliários: antropofagia cultural!
Aviso: a presente obra em toda a sua plenitude, incluindo links laterais, está registrada no Escritório de direitos Autorais da Fundação Arquivo Nacional de acordo com a Lei Federal 9610 de 19/02/1998 sob nº 708.762 L. 1370 fl. 124 e 709.697 L. 1372 Fl. 76 e qualquer reprodução ou republicação sem o consentimento prévio do autor constituirá crime de plágio, e estarão sujeitas às suas penas. Entretanto, trechos reduzidos poderão ser reproduzidos com o devido crédito de autoria e referencia da página na Web.
Aceitamos conceder entrevistas e consultoria (remunerada) para gravação de vídeos, livros, artigos, filmes.

alandecamargo@outlook.com 

Aos pés dos aborígenes jaziam imensas extensões de terras ricas e cultiváveis, um grande tesouro desdenhado pelos seus descuidados habitantes, meros coletores, que desconheciam o valor da produção capitalizadora que resultava em urbanismo e civilidade!

O  TRABALHO! 

"Ganharás o teu pão com o suor do teu rosto" Gn. 3:19 - Ordenação divina válida para todos os seres humanos, inclusive os nativos mongólicos BR, erroneamente qualificados de "índios" ou "indianos", que constituem outra raça, superior, e uma das civilizações mais antigas do mundo, sendo que os nativos não possuíam civilização nenhuma nem constituíam qualquer "nação", mas rebanhos dispersos e geralmente nômades!
Ao Noroeste se divisava a azulada Serra da Cantareira, abrigando os férteis campos do Rio Juquerí (a atual Mairiporã)! Dádivas divinas, logo aproveitadas pelos povoadores europeus, profundos conhecedores do valor capitalizador da terra cultivável, onde logo passaram a plantar e criar, ensinando a profissão também aos silvícolas folgazões, erradicando deles o seu enraizado vício do absentismo (preguiça corporal):
"O trabalho indígena foi o primeiro passo da ordem civil brasileira" (Apud Washington Luiz - Na Capitania de São Vicente, Domínio Público, Senado Federal).
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Dispomos de  base com 3600  volumes em PDF Acrobat pesquisável de Genealogia/Hist. de S. Paulo/Brasil de autores clássicos* e contemporâneos, séculos XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXI! Rica fonte de subsídios genealógicos e biográficos para autores de História e Genealogia!
 
(8) A autodenominação Tupiniquim, grafada ao longo dos anos de diferentes maneiras - Topinaquis, Tupinaquis, Tupinanquins, Tupininquins, Tupiniquí - significa "tupis do lado", "parentes colaterais", conforme o Dicionário Etimológico de Antenor Nascentes, com apoio no historiador Adolfo de Varnhagen.
A Fundação do Colégio de São Paulo e refundação da Vila de Piratiní em 1554.
A primitiva Vila de Piratiní, fundada originariamente pelo Capitão Donatário D. Martim Afonso de Souza em 12 de Outubro de 1532*****, junto à antiga aldeia indígena do mesmo nome, situada na confluência dos rios Piratiní (atual Tamanduateí) e Tietê (antigo Anhembi), foi transferida para aquela colina consagrada a Tupã (Deus dos Trovões) e sincretizada como pedras fundamentis do Colégio, então denominado "Casa de São Paulo" em data posterior à sua fundação de 25 de Janeiro de 1554, sob a direção do 1º Vice-Provincial Jesuíta Manoel da Nóbrega******. Nessa ocasião foi celebrada missa de consagração pelo seu assistente padre Manuel de Paiva, este por sua vez acolitado pelo então noviço de 19 anos José de Anchieta. Presentes estavam também as figuras históricas de João Ramalho, o mestre-de-campo e sua esposa, a princesa Tupi Bartira ou M'Bicy (provável sobrinha órfã criada como filha de Tibiriçá) que moravam em Santo André, antes um arraial fundado por ele, depois oficializado como Vila em 1553 pelo 1º Governador Geral do Brasil Tomé de Souza. Estavam lá também seu sogro Tibiriçá citado e seu irmão Caá-uby de Itaim/Ibirapuera, ambos morubixabas (caciques) protetores do imenso planalto de Piratiní.

a) Pero Lopes de Souza (em seu "Diário"), esclarecia que em 1532 (seu irmão) Martim Afonso de Souza ordenara se fizesse “hûa villa na ilha de Sam Vicente e outra nove léguas dentro pelo sartam, a borda d’hum rio que se chama Piratini"
(In Pero de Magalhães Gândavo, Tratado da Terra do Brasil, 1575 - Rio de Janeiro - Edição do Anuário do Brasil, 1924, pág. 37).

b) "Foi a aldêa (silvícola) de Piratini(nga) que Martim Affonso escolheu (em 1532) para fundar a colônia ou villa sertaneja, cujo governo militar confiou a João Ramalho, com o pomposo titulo de guarda-mor do campo. Eis a origem europea da actual cidade de São Paulo"... (In Varnhagen, Historia Geral do Brazil tomo I - pg. 126-127 - 2ª Edição Laemmert RJ 1877).

******Nóbrega já havia rezado a 1ª missa campal de Ação de Graças em 29 de Agosto de 1553, observado de perto pelos curiosos nativos tupi-guaianás de Tibiriçá e seu irmão Caiuby, ambos morubixabas extasiados com o pomposo ritual religioso! Nóbrega já havia ordenado também o batismo de cerca de cinquenta catecúmenos naquela mesma data (prováveis meninos), os quais entregara aos cuidados dos seus comandados Padre Manuel de Paiva e acólito Manuel de Chaves, para catequização (In A Igreja e o Colégio Geraldo Dutra de Moraes IHGSP temos a obra à venda, impressa e a digitalizada).
"Boas Sementes Geram Grandes Árvores!"
Foi o majestático Donatário fundador e Vice-Rei Almirante D. Martim Afonso  de Souza, como já dissemos, quem selecionou, transportou e plantou as "boas e nobres sementes" sociais do núcleo povoador fidalgo vicentino e piratiniguara, finas cepas familiares selecionadas dentre os descendentes secundogênitos deserdados das melhores famílias nobres lusitanas (vítimas da injusta lei da primogenitura que legava a herança familiar exclusivamente aos filhos primogênitos, deixando os demais na pobreza), que formavam a "classe média" de então, ávidos de conquistar os seus próprios senhorios e honras, resgatando assim a dignidade ingênita associada aos seus nobres apelidos brasonados representando o seu sangue fidalgo. Os "homens bons" semeados nesta terra pela previdência do nobre donatário afonsino, que se enraizariam e frutificariam em civilidade, cultura, urbanidade, autoridade e fé cristã, sintetizados no seu "Saber de Salvação", que foi a cabeça filosófica paulistana, fator este de pleno consenso entre os acadêmicos da atualidade. 


Confirmada logo após em real foral de tombo datado de Lisboa,  29 de Outubro de 1534 (trecho do texto mais abaixo*) data original da fundação da cidade, depois transferida da sua estaca original do Guaré ao lado da antiga Aldeia de Piratiní Tupi (do Tietê) e refundada naquela histórica colina sagrada tupi, onde se situou o Colégio Jesuíta de São Paulo, no intuito de facilitar a catequese, sociabilizar as culturas e sobretudo reforçar a mútua defesa contra a permanente ameaça antropofágica dos inimigos circundantes Guarulhos, Tremembés, Tamoios, Cainjgangues, Tupininquins, Carijós, e "tapuias" (trogloditas canibais genéricos e 
nômades, que peregrinavam pelas matas em rebanhos)!

Paupercula Domo
Acropolitados sobrelevadamente naquela colina sagrada tupi que se tornaria a posterior Downtown paulistana, antes denominada Inhapuambuçú(²) pelos tupis, os treze* primitivos discípulos jesuítas  do provincial espanhol Inácio (Iñigo) de Loyola levantaram uma rústica ermida de pau-a-pique medindo "14 x 10 passos" que o noviço de 19 anos José de Anchieta reportou em carta ao reino como "paupercula domo" (casa paupérrima).

Entretanto, embora sendo pobre e diminuta, grande era o amor que abrigava, pois ela lhes serviria de tudo: dormitório, refeitório, escola, enfermaria e templo! Próximo dali encontrava-se uma antiga palhoça em estado "vetustíssimo" (depauperado), como a qualificou o então jovem e dedicado José de Anchieta (talvez fosse um Tejipar, uma cabana temporária de caçador errante).
*Treze jesuítas menos dois, Pero Correia e João de Souza, supliciados, mortos e devorados pelos canibais Carijós do litoral Sul SP, enquanto praticavam a sua piedosa catequese cristã.
**Inclusive a bela paisagem antes visível da Rua Boa Vista, depois murada de prédios cafonas, que hoje só abrigam bancos e empresas estrangeiras! Mau uso de um espaço histórico!
PATTEO DO COLEGIO
Colégio de São Paulo, Mosteiro e Templo Jesuítas, conjunto construído sobre a histórica e estratégica colina de Inhapuambuçú, marco zero da Civilização Paulista. Quadro do patriota Benedito Calixto.
"...ora, a civilização é o producto mathematico do concurso d'estes dous factores, a sciencia e a virtude. A sciencia que eleva o espirito humano às alturas serenas da verdade intellectual e do bello esthetico, a virtude que funde no cadinho da vida social o coração na pratica da justiça, na nobreza dos sentimentos e nos estímulos do patriotismo". (Apud Tancredo do Amaral A Hist. de S. Paulo pelas Biographias dos Seus Vultos Mais Notáveis - prefácio do Cônego Valois de Castro, 1894, lente das Arcadas de S. Francisco).
Finca-se a estaca de um baluarte civilizador!
No entanto, aquela humilde ermida se tornaria o fundamento do maior ponto de referência paulistano: O "Patteo do Colegio", alicerce da nacionalidade paulistana! Marco zero da colonização e do sertanismo brasileiro, ponto-de-encontro de colonos, visitantes espanhóis do Paraguai, portugueses metropolitanos, autoridades seculares e eclesiais, além da população nativa domesticada, que ali circulava livremente, muito empolgada pela novidade! (³) Pouco depois de erguido aquele pluri-utilitário cenáculo, foi celebrada a sua missa de inauguração, desta vez pelo Padre Manoel de Paiva, acolitado pelo citado jovem Anchieta, em 25.01.1554. Era o dia de São Paulo de Tarso, o "Apóstolo dos Gentios", de quem se tomou o nome de Casa de São Paulo - coincidindo com a idêntica natureza gentílica dessa missão civilizadora. Portanto, esta é a data da fundação do colégio com o nome daquele "santo-do-dia" católico e refundação da vila campal de Piratiní.
O Apóstolo Saulo de Tarso, vulgarmente conhecido como "Paulus" (em latim, baixinho), celebrizado como São Paulo, o Apóstolo dos Gentios, coincidindo com a identica natureza  gentílica daquela missão indigenista: o Colégio Jesuíta, Marco Zero da Capital Bandeirante!
(Escultura magistral de Murilo de Sá Toledo, na Praça da Sé - uma miniatura foi solicitada e enviada ao Papa Bento XVI).

O onomástico titulado do Apóstolo São Paulo foi enxertado ao toponímico original Piratiní*, numa persistente interferência eclesiástica que se seguiria, de superposições idolátricas nas denominações geográficas civis, ao ponto de inverter o próprio nome da cidade, como aconteceu com a nossa cidade de Piratiní, que virou  São Paulo!!! No futuro deveremos inverter essa aberração para Piratiní de São Paulo!
(*Esta sua denominação  original e histórica foi suprimida e posteriormente transferida a outra cidade interiorana, que não possui nenhuma ligação relacionada à topografia regional paulistana ou à sua tradição histórico-genealógica)!
A nova localização acolinada do povoamento manteve a mesma denominação original da antiga vila campal - mas aditada com o nome do apóstolo padroeiro do colégio fundado no seu dia do calendário católico, 25 de Janeiro, formando assim a nova composição denominacional de Vila de São Paulo de Piratini(nga), alguns anos após a refundação, em 1560. A vila ficou ainda mais avolumada pela diáspora dos colonos de Santo André, povoação evacuada por ordem de Nóbrega, devido ao perigo dos constantes ataques canibais dos carijós oriundos do litoral Sul (que supliciaram, mataram e comeram dois dos 13  jesuítas1).

Naquela humilde "Casa de São Paulo" se oficiariam ainda outros atos litúrgicos pelos demais padres Leonardo Nunes, Vicente Rodrigues e Afonso Brás, acolitados pelos noviços Diogo Jácome, Gregório Serrão, Manuel de Chaves e Pero Dias Parente (este, deixa a batina e se casa com Terebê ou "Maria da Grã", segunda filha de Tibiriçá, nossos tetra-decavós colaterais).
*(Transcrito integralmente pelo genealogista Pedro Taques de Almeida Paes Leme in História da Capitania de S. Vicente (temos duas edições digitalizadas, antiga e moderna). 
**O vocábulo Piratini era designativo genérico de todo o território planáltico central: 1-Rio Piratiní ou Tamanduateí; 2-lagoas marginais, ou piratininga; 3-campos adjacentes e marginais, 4-Aldeia campal primitiva. 
(³) Os índios domesticados e convertidos à fé católica romana, eram parte integrante e igualitária da população paulistana e tinham a liberdade de ir-e-vir, como cidadãos, mediante bula papal; jamais foram "escravos" e sim, ALIADOS - e andavam muito bem armados!, com plena confiança dos povoadores europeus! O próprio Morubixaba Tibiriçá habitava a rua central da vila, a qual levava o seu respeitado nome: "Rua de Martim Afonso TIBIRIÇÁ", atual Rua "São Bento", placa insuportavelmente usurpada! 
(4) Foram transferidos em 1560 da então recém-fundada Santo André, em 1553, após sofrerem contínuos ataques canibais dos Carijós do Litoral Sul, que subiam a serra.
O Índio já Sabia das Coisas...
Tupã o "Deus dos Relâmpagos", enviou um sinal de bom-agouro aos pacíficos Tupi-Guaianás!

A PEDRA ITAECERÁ e A Origem Mítica de São Paulo de Piratiní!
Reza porém um antecedente folclórico de intensa tradição oral piratiniguara, de que sobre aquela primitiva colina de Inhapuambuçú, havia uma grande pedra sagrada, a Itaecerá, fendida ou fortemente marcada por um formidável e panorâmico raio, com intenso ruído que chegou até rincões muito distantes, de conhecimento geral e notório entre todas  as tribos circundantes, que a cultuavam como maravilha divina em constantes peregrinações e romarias, em reverência a Tupã ("Deus dos Relâmpagos"). Ela teria sido posteriormente retalhada e sincretizada nos alicerces do futuro templo jesuíta anexado, como era do costume sincretista romano-babilônico, até hoje vigente no catolicismo jesuíta, ex-romano. O local já havia se transformado em "campo santo", frequentado pelas demais tribos circunvizinhas impactadas pela extraordinária visão e estrondo da centelha divina! Vinham através da extensa rede de peabirús(5) cruzando os matos, em busca do agasalho divino, mais uma prova da naturalidade religiosa inerente aos seres humanos e até mesmo aos híbridos, como seria o caso dos nativos BR, que são de raça mongol, jamais "indígenas" (indianos?!)! Desse espetacular evento concluímos que os Tupi-Guaianás já desfrutavam duma Via Espiritual pela qual se comunicavam com a divindade. Foram divinamente comissionados a indicar aos jesuítas a exata localização inspirada daquela futura missão, prontamente acatada pelos impressionados missionários (a sobreposição sincretista de valores religiosos já era contumaz na dita eclesia romano-babilônica),

O Presumido Retalhamento e Soterramento da Pedra Mágica!
Mas e a Itaecerá, teria sido mesmo retalhada e reutilizada sincreticamente na fundação do novo templo, como narra a tradição oral? Talvez sim, talvez não! Isto precisa ser investigado, pois tratar-se-ia de um ícone monolítico de inestimável valor arqueológico, sentimental e religioso, marco intercultural e fundacional da pré-história piratiniguara! É imperativo que se faça uma minuciosa prospecção nos sítios sagrados apontados, mesmo que se tenha de remover os degradantes muquifos do baixo comércio da Rua Florêncio de Abreu (e adjacência), que liga o nada a lugar nenhum!
Pedra rachada de Stonehenge da Inglaterra, que poderia ser uma similar da piratiniguara.
5) Peabiru = "caminho de mato pisado". Havia um Peabiru mestre, que atravessava todo o território da capitania em direção ao Oeste, que se dizia chegar até o longínquo Peru, caminho presumidamente utilizado por Raposo Tavares para sua incursão contra aquele território então espanhol e inimigo, em busca da sua famosa prata de Potosi.
Cremos que o fabuloso raio fosse mesmo uma teofania  (manifestação divina)  em favor das almas aflitas do morubixaba Tupi e sua gente, oprimidos pela permanente perseguição canibal circundante que literalmente os devorava! Anunciando a proximidade de um resgate transoceânico que de fato se materializaria na Civilização Ocidental Greco-Romana Cristã (7), difundida e edificada pelo seu principal apóstolo e educador Anchieta - continuador da obra do 1° Vice-Provincial Jesuíta Manoel da Nóbrega*, que forjou o distintivo caráter cristão e cabeça filosófica paulistana colonial: "Um Saber de Salvação"!

(7) O "Índio" (na realidade, mongol) não é bobo e quer se civilizar, pois gosta mesmo é de celular, da comida regular da agricultura branca e do leite de vaca para seus curumins; roupas, tv, moto, relógio, luz, e até helicóptero! Quem gosta de ficar pelado feito animal e comer carne contaminada de preá, é militonto ideológico do Ibama!
*Manoel da Nóbrega
ingressou na Companhia em 1544, tendo nascido em 18/10/1517, e cursado as universidades de Salamanca e Coimbra, onde completou o curso de direito canônico. Ordenado, foi preterido por motivos políticos (dizem que era maçon) ao ingresso no Mosteiro de Santa Cruz como professor, o que o levou a aproximar-se alternativamente dos jesuítas. Em 1548, vem para a América com Tomé de Sousa, chefiando outros sacerdotes (Antonio Pires, Leonardo Nunes, João Navarro, Vicente Rodrigues e Diogo Jácome, e demais irmãos não ordenados).
**Anchieta frequentou o Real Colégio das Artes e Humanidades, anexo à Universidade de Coimbra, a mais perfeita da nossa língua, onde certamente conheceu a Escolástica de Santo Tomás de Aquino, baluarte da Cultura Aristotélica-Cristã. Criou a nossa primeira gramática da língua Tupi, utilizada para evangelização dos nativos, além de peças teatrais, musicais e livros de história, sempre didáticas e voltadas à catequese.

***São José de Anchieta foi canonizado em 2014 Apóstolo do Brasil. Padre José nasceu em Tenerife em 1534, Ilhas Canárias da Espanha, filho de pai fazendeiro vasco (e provável judeu cristão-novo) e mãe de família aristocrática local, porém filha de conhecido pai judeu. Estudou dos 17 aos 20 anos na Universidade de Coimbra (em Portugal, onde havia maior tolerância para com sua etnia sefardita perseguida na Espanha pela Inquisição) onde aprendeu a falar/escrever português e latim. Morreu na ínvia terra a que tanto se dedicou em 1597 - que Deus tenha sua pia alma dormindo debaixo do altar de Deus!

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Tupi or not tupi
Os piratiniguaras guaianás falavam o tupi, embora suas demais aldeias do território Su-Sueste brasileiro fossem da divergente raiz linguística macro-gê**. Então, seriam ou não tupis? Eis a questão! 
Índia Tupi-Guaianá - de Albert Eckhout (1610-1665). Óleo sobreTela de 265 X 157 cm de 1641 Museu Nacional de Copenhague - Dinamarca 
**Alfred Métraux, antropólogo francês e outros congêneres, afirmam que os guaianás piratiniguaras sabiam falar a língua tupi, embora suas origens regionais sulistas fossem da raiz linguística macro-jê! Lançamos a partir daqui uma hipótese: Falavam perfeitamente o tupi puro ou guardavam alguns cacoetes vernacularizados da sua antiga língua macro-gê, como o sufixo da denominação regional Piratini(nga)? Ou seria uma partícula vernacular lusófona dos primeiros povoadores, como estudaremos mais adiante?
Guaianá ou Tupi? Ou os dois?!
O precursor da historia da capitania de São Vicente, Frei Gaspar da Madre de Deus, os cita em suas "Memórias" de 1797, como sendo guaianás, sem nenhuma sombra de duvida! Hipoteticamente, talvez fossem mesmo guaianás vencidos e tupinizados, resultando daí uma fusão étnica (?). Tupininquins (8) certamente não eram, como mencionam alguns desavisados, pois eram seus inimigos mortais e canibais, embora primos colaterais, mas  definitivamente rivalizados! A índole pacifica ou isenta de canibalismo daquele povo, concorda com o seu apelido "guaiá", do tupi "manso" ou "guaiá-nã" (muito manso, não canibal), atribuído, cremos, pelos próprios vizinhos beligerantes adjacentes. O erudito Teodoro Sampaio acalentava hipótese semelhante, apoiado nos mais antigos ainda autores da história brasileira, os quais cita em sua obra O Tupi Na Geografia Nacional*. Batizemos então por ora, essa provável miscigenação como  "Tupi-guaianá"! Mas ainda permanece o mistério!
Dicionário Geográfico Paulista
 
Outro grande tupinólogo, o erudito Dr. João Mendes de Almeida, famoso jurista e insuspeitado filólogo e linguista, em sua obra póstuma Dicionário Geográfico da Província de S. Paulo (acompanhada de volumoso compêndio de gramática e vocabulário tupis), tem opinião divergente dos autores anteriores mediante carta descoberta na biblioteca de Évora, Portugal, atribuída a Anchieta, onde o padre se refere tanto aos nativos litorâneos de Bertioga quanto aos planálticos de Piratininga, como sendo da mesma etnia Tupi: "os tupis de Bertioga foram alertar os tupis de Piratini chefiados por Tibiriçá, da chegada de Martim Afonso". Portanto, Tibiriçá e seus irmãos morubixabas Piquerobi e Caá-uby (ou Caiuby vernacular) seriam decididamente Tupis. Afirma ainda que os tupis do passado "teriam vencido definitivamente os guaianás e assumido o seu lugar, transferindo a eles a sua língua e cultura", (que parece terem aceitado de bom grado, pois não voltaram atrás)!
O antigo leito do Rio Tamanduateí/Piratiní, eixo fluvial que ligava São Paulo ao ABC. Era o Mais Urbano e centralizado Rio Paulistano, bastante navegado! Obra do pintor "oriundo" (da Itália), Antonio Ferrigno.

A Origem do toponímico Piratiní e seu duplo-significado
Diz ele ainda, baseando-se em minuciosa dissecação da acurada nomenclatura Tupi, que o termo Piratiní é herdado do rio Tamanduateí, afluente do rio Tietê pela sua margem esquerda. Com efeito, o rio é mencionado em antigas escrituras seiscentistas, simultaneamente como Piratini e Tamanduateí. E chegava até ao Tietê com este mesmo nome, podendo ainda ter denominado também aquela microrregião marginal e campal, o Campo de Piratini(nga), que se estendia da atual Luz até o Bom Retiro e Barra Funda. Possuía portanto, estes dois nomes, fato este compreensível, considerando-se que essa rica região havia sido alvo de disputas entre  diferentes etnias silvícolas, as quais afirmavam as suas próprias denominações linguísticas aos diversos rincões, como  expressão de posse e senhorio!

Vista da Várzea do Carmo. A bucólica ponte de tijolinhos sobre o Tamanduateí que aparece no quadro ficava na altura do cruzamento da Rua Tabatinguera com a várzea, hoje via automobilística infernal e poluída.

Em decorrência do exposto, na memória coletiva permaneceu gravada essa duplicidade denominacional, por muitas gerações. Ele menciona também Frei Gaspar da "Madre de Deus" em suas Memórias Para a História da Cap. de S. Vicente, obra de refrência onde cita o Tamanduateí como "o antigo rio Piratini(inga)". Em outros antigos documentos, é referido como Rio Piratinim ou Piratiní (sem esse sufixo vernacular)44                                                                                                    
Cabe aqui mencionar (entre-parêntesis) outra teoria dissonante do antigo presidente do Instituto Histórico Geográfico de São Paulo, Afonso de Freitas, que postula em extenso artigo da sua revista de 1925, Piratininga Exhumada, a existência de um terceiro e deslocado "Riacho Piratininga" na outra margem oposta do Rio Tietê, na atual Ponte Pequena da zona norte, como sendo "a origem do nome".** Não nos estendemos aqui nessa hipótese, porquanto nos pareceu inverossímel diante da excelente argumentação que mostraremos a seguir, de maior plausibilidade. Mas pode ter havido duplicidade de nomes, isto sim, muito comum na vasta região dividida entre diversas etnias, em várias épocas, cada qual com a sua própria nomenclatura, e replicando outras. Deixamos registrado entretanto, a referência mais abaixo, para quem se interessar em estudar essa improvável variante (pessoalmente cremos que o campo de Piratini era da margem esquerda, tomando o nome original do "rio torto" Piratiní que chegava até ali, vindo do sopé da colina fundacional,  lindeiro à atual Rua 25 de Março, depois se desviando  in abrupto rumo Norte até o Tietê, onde desaguava - a confluência entre-rios da primitiva aldeia tupi-guaianá!

Pi-ra-tiní: Rio Torto e Esburacado!
Interpretando a lição do erudito Dr. João Mendes de Almeida, dela extraímos a nossa pr
ópria hipótese: a palavra Piratini seria a junção de dois vocábulos ou partículas unidas  Pi+ra=Pira - adjetivo = fundo ruim + tiní, tinim adjetivo = sinuoso, curvo, torto. A partícula vernacular [nga], como sufixo seria, diz ele, acrescentada para "formar supino" ou realce. (Obs.: Esses acréscimos não são  comuns no Tupi puro, sempre muito acurado em descrever exatamente o que se via = Pira-tiní: Rio torto e esburacado! Simples assim!
Nativos  e jesuítas "atravessando um rio", na realidade, o  próprio Tamanduateí/Piratiní. Pintura do século XVII, publicada no livro Die Jesuitenmissionare de Martin Dobrizhoffer und Florian Paucke. Domínio público. Palavras Homônimas-Homófonas-Homógrafas (rara trilogia) que possuem a mesma grafia, mas com ligeira diferenciação fonética, designando dois fenômenos geográficos foneticamente parecidos e correlatos, porém distintos.


Não se tratava portanto, segundo ele, daquele outro mais popular e semelhante vernáculo de "peixe-seco" ou "pirá-tini-nga", errado! Um é ¹pi +²ra fundo e ruim, como o também "Par-na-e-í-bo" ou Parnaíba, trecho do Tietê cheio de pedras e corredeiras, "rio ruim". Essa conjugação [pi+ra=fundo ruim, esburacado], de acentuação paraxítona, ficou também confundida com outra da mesma grafia, porém íntegra e com acentuação fonética oxítona: PIRÁ é PEIXE!!!

Outra confusão interpretativa ocasionada por palavras homônimas-homófonas-homógrafas (oriundas de acidentes geográficos e telúricos recorrentes de uma mesma circunscrita região) envolve a popular interpretação de "peixe-seco". Mais uma vez o vocábulo  Tinim que significa [curvo, torto], é confundido com "seco"! Ambos viam dois fenômenos no mesmo corpo: TORTO E SECO! Mas Tinim é torto!
Pirá é Peixe, Tini é Curvo!, não "seco"!
*Teodoro Sampaio, O Tupi na Geografia Nacional, tese bastante abrangente, sobre a linguística tupi.
**In Afonso de Freitas - Piratininga Exumada, Rev. do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo, #23 - 1925 - pg. 99-114.

***Dr. João Mendes de Almeida, Dicionário Geográfico da Próvíncia de S. Paulo - página 208 - Tip. A Vapor Espíndola, S. Paulo 1902.

****Padre Anchieta deixou registrado que as transbordadas lagoas piratininganas, em conjunto, chegavam a represar 12.000 peixes numa única cheia! Rica fonte protéica, muito disputada pelas diversas aldeias concorrentes do campo e adjacências.

(Reminiscências: Molhamos nossos pés infantis numa idêntica lagoa marginal do Tatuapé, hoje Av. Marginal esquerda, circa 1950-54 - na nossa linguagem popular de meninos tatuapeenses era "lagoa do Rio Tietê").
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Piracema & Piratininga - A conjugação de dois íntimos fenômenos telúricos, que tipificaram marcadamente a toponímia planáltica: Peixes que extravazavam o leito do rio em lagoas marginais e depois secavam ao Sol com a evaporação daquela água! 
A lagoa rasa e escura ou Piratininga, um termo feminino tirado do masculino Rio Piratiní! 
Esta é nossa hipótese; em parte um fenômeno telúrico decorrente da Pirá-cema (do tupi, a barulhenta "subida dos peixes em busca da desova na nascente"), que transbordava e extravazava água e peixes em suas margens, alguns secando ao Sol até se encurvar pelo forte ressecamento! O Rio Tietê, cortando o planalto no sentido Leste-Oeste,  também transbordava suas águas, assim como o Piratiní, formando as escurase rasas lagoas marginais ou "piratiningas" (denominação feminina derivada da masculina do Rio Piratiní) que nomeava genericamente toda a região planáltica varzeana, devido em parte à piracema(14), e à cheia chuvosa de verão. Uma enorme quantidade deles ficava represada às suas margens em grandes poças d'água, ou piratiningas, criando assim uma rica fonte protéica para homens e animais selvagens. 
*As águas transbordadas do Rio Tietê sempre foram  naturalmente escuras, que hoje se confundem com a poluição.
A Vigilância Permanente do "Formigão Vigilante"! 

Sobre aquele estratégico e pronunciado mirante descalvado de Inhapuambuçú, apontando para a zona Norte (vide gravura completa erroneamenteatribuída a Debret, mais abaixo), cuja vista dominava todo o cenário do campo piratiniguara, uma figura imponente mantinha-se vigilante: O Morubixaba "Tibiriçá" (formigão vigilante!), em sua nova aldeia elevada ali instalada, transferida do Campo de Piratini às margens planas e desprotegidas do Tietê. A nova localização acropolitada em forma de fortaleza medieval, logo se confirmou em estratégico posto de vigia, geográfica e defensivamente circunvalada pelos afluentes do mesmo rio (9), o acidentado e tortuoso Piratiní/Tamanduateí (10) e seu tributário Rio Anhangabaú (11) (este último também alimentado pelos riachos Itororó (Av. 23 de Maio) e Saracura* (Av. 9 de Julho), todos se encontrando na várzea alagada e desaguando mais adiante no extenso rio-mestre Tié-tê, também denominado Anhembi(12).
(9) Rio Grande, "rio fundo e largo, de verdade, autêntico", "rio dos Tiés" (Tié, pequeno e formoso pássaro de penas vermelhas na cabeça).
(10) Rio dos Tamanduás e também Piratinim, rio curvo e "ruim".
(11) Rio (e Vale) do Anhang = "diabo".
(12) Rio dos Nambús ou Inhambús (galinhota, ou perdiz).

*Os "índios" nativos (na realidade, mongólicos) não tinham um nome único e extensivo para os rios, mas o denominavam fracionadamente em extensos segmentos conforme os acidentes geográficos regionais ou da sua variada fauna concentrada em algum ponto geográfico (Tié, Inhambú, Arara, corredeira), animais, peixes (Tamanduá, Jundiá) ou acidentes geográficos (rio-ruim = parnaíba (par-na-e-í-bo), Itú, etc).
Anhuma, ave surrealista com unicórnio na testa, cachecol macio de plumas negras, esporas nas asas contrastando, pés grandes e canto cacofônico parecido com zurro de jumento! Essa rara espécie planáltica (em extinção) medrava profusamente nos vastos campos e várzeas marginais do Tietê, hoje cobertas pelas poluídas vias automobilísticas.

Tiê-sangue, que emprestou o seu nome ao Rio Tietê. Ave símbolo da Mata Atlântica e uma das mais espetaculares do mundo, o tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), também conhecido como sangue-de-boi, tiê-fogo, chau-baêta e tapiranga, é uma ave sul-americana passeriforme da família Thraupidae, reconhecida pela beleza de sua plumagem vermelha.
Inhambú, galinhota ou perdiz que abundava às margens do Rio Tietê no trecho central denominado Anhembi ou Ayembi, "rio-dos-inhambús".
Saracura-do-mato

Orquídea da Mata Atlântica, símbolo brasílico.
Antes da expansão metropolitana, São Paulo de Piratininga teve ao mesmo tempo Floresta Tropical, Cerrado e mini-Pantanal: um fenômeno dos trópicos!
Guarapiranga ou Garça-Vermelha, na região sul-paulistana, do mesmo nome.
A Colina História e Downtown Paulistana
Aquarela atribuída a Debret em 1827(?), mas que nos causa muita estranheza, quando comparada com a do seu colega Pallière, feita poucos anos antes em 1821 (compare com gravura abaixo) apresentando topografia já aplainada, bem urbanizada, com casario numeroso e prédios reformados, ampliados, e quintais  murados. Em nossa modesta opinião, esta gravura parece mais seiscentista, com traçado rústico muito parecidos com o antigo e conhecido desenho da câmara municipal de 1628 (dois séculos mais antiga) e do mesmo autor espanhol apócrifo, encontrado no Arquivo das Índias de Sevilha, Espanha (compare com a gravura análoga do  cap. 7 - A Pauliceia Hispânica). O rio em 1º plano, supostamente o  Tamanduateí, está desenhado muito distante do seu leito original (ou talvez tenha mudado seu curso), que corria paralelo ao sopé da colina, ao lado da atual rua 25 de Março, veja gravuras, fotos e maquete mais abaixo.


Vista magnífica da acropolitada Downtown paulistana, onde aparecem a casa da Marquesa de Santos (no canto esquerdo) e a torre da Igreja dos Jesuítas, além da Ladeira Porto Geral. No extremo oposto, o Mosteiro de São Bento com uma segunda casa de fundos, também da Marquesa de Santos, com senzala no porão que pode ser visitada ainda hoje. Restante do promontório já concretado numa plataforma para a Rua Florêncio de Abreu. Na baixada, o pasto entremeado de lagoas rasas que legaram o seu nome de Piratininga ao campo e vila. Se vêem claramente os muros divisórios dos quintais da Rua Boa Vista, o que não aparece naquela vista acima atribuída supostamente a Debret - inverossímel. (Coleção de Beatriz e Mário Pimenta Camargo).






A Antiga Várzea do Carmo

Passada a 1ª fase colonial quinhentista, toda aquela baixada Leste alagada passou a chamar-se Várzea do Carmo (tomando o nome do convento carmelita acropolitado na colina), que abrangeria o atual Parque D. Pedro II. Este espaço público foi antes um belo jardim cercado de palmeiras imperiais e bancos de cimento, onde nos recreávamos quando jovens, e parque infantil* municipal onde nossa mãe e suas irmãs "oriundi", moradoras do "Bixiga" (Bela Vista), brincavam quando crianças, em perfeita segurança. Hoje um poluído terminal rodoviário da populosa e migratória zona leste. A urbanização utilitarista sem a devida preservação cultural e a migração desordenada foram desfigurando a originalidade geográfica e social da cidade, enquanto seus marcos histórico-culturais iam desaparecendo! O progresso é necessário, mas não pode atropelar ícones nacionais - tem obrigatoriamente de os contornar!

A alva população infantil paulistana de origem européia até aos anos 1960: "Um Pedaço da Europa na América do Sul"!
O paternal Parque Infantil D. Pedro II em 1937, abrigando filhos dos trabalhadores europeus da indústria e construção civil.

2- Tietê - A Estrada Fluvial que Catapultou a Exploração Bandeirante ao Hinterland Brasileiro
O histórico e estratégico Rio Tietê, correndo inversamente ao mar, de Leste para Oeste rumo ao profundo sertão, foi a providencial via natural para o desbravamento do inóspito interior continental brasileiro em seus quatro pontos cardeais, redesenhando o Mapa do Brasil. Foi muito navegado também pelos antigos comerciantes espanhóis do Paraguai que subiam a sua correnteza em busca da amizade e hospitalidade paulistanas, além do seu crescente mercado consumidor.

O próprio então governador espanhol do Paraguai, Dom Luís Céspedes García de Xería (15) o utilizou para transportar sua noiva luso-brasileira Dona Vitória de Sá, da tradicional família governante do Rio de Janeiro, mediante contrato com o famoso sertanista parnaibano e nosso ancestral André Fernandes (Ramos) (co-fundador de Santana de Parnaíba SP, juntamente com sua mãe mameluca Suzana Dias, neta de Tibiriçá) que por este fato ficaria estigmatizado pelos exagerados e desconfiados pioneiros como "colaboracionista" dos concorrentes castelhanos. 
O 1º Mapa fluvial de São Paulo de Piratiní, de autoria do governador espanhol do Paraguai, o nobre D. Luís Céspedes García de Xería.
O Rio Tietê, trecho urbano chamado Anhembi, no início do Século XX, muito aprazível e salubre, antes da poluição industrial e da ocupação desordenada e sem saneamento básico da migração mongólica. Note-se a característica físico-química das águas tietanas naturalmente escuras, mesmo quando não eram ainda poluídas. 
Monções - O Bandeirismo Aquático ao Mato Grosso e Cuiabá pelo Tietê
As monções tiveram um importante papel na colonização fluvial da Região Centro-Oeste do Brasil, após o declínio das bandeiras terrestres. Iniciaram-se em 1718, quando o bandeirante Pascoal Moreira Cabral (e outros, como os homônimos ituanos Antonio Pires de Campos, pai e filho, de alcunha "Pai Pirá", e Fernando Paes de Barros e seu irmão Arthur Paes, de Parnaíba) descobriu ouro nas proximidades do sítio onde hoje se encontra a cidade de Vila Bela, depois Mato Grosso (Azevedo Marques). Se atribui este ou outro descobrimento, aos bandeirantes paulistas citados Fernando Paes de Barros e seu irmão Arthur Paes, ambos de Santana de Parnaíba. Em pouco tempo, outros sertanistas foram atraídos pela notícia, sobretudo da capitania de São Paulo. Como resultado, uma verdadeira corrida do ouro acabou por converter a região selvática e infestada de nativos agrassivos,  em vasto campo de mineração. Posteriormente, essas expedições tornaram-se regulares e o seu objetivo passou a ser também estratégico, comercial e militar, visando ao abastecimento e defesa dos mineradores de Cuiabá, além de Vila Bela (depois Mato Grosso) e demais povoados surgidos em decorrência daquela extensa exploração mineradora.
3 - O Morubixaba Tibiriçá de Piratiní* e seu genro João Ramalho: A 1ª Aliança!
A tribo tupi, ou tupiguaianã habitante do planalto piratiniguara, era chefiada por este extraordinário morubixaba, cujo nome traduzido era "Formigão Vigilante", o qual fez a sua primeira aliança eurobugre com o degredado pré-povoador João Ramalho, cedendo-lhe sua "filha" Bartira (na ralidade, sobrinha afilhada, filha de algum irmão, pois a diferença de idade entre seus filhos e de suas supostas irmãs é muito grande, observou Taunay) (16) ou M'bicy, renomeada Isabel Dias em seu batismo cristão. 
João Ramalho e Bartira, 1ª fusão racial que produziria as sub-raças mameluca, cabocla e caiçara.
Ramalho foi nomeado oficialmente mestre-de-campo de Piratini (17) pelo Capitão-donatário Martim Afonso em 1532 e mais tarde confirmado pelo amistoso 1º Governador Geral do Brasil, Tomé de Sousa o qual o instituiu também fundador e alcaide da Vila de Santo André da Borda do Campo, em Agosto de 1553.
O Morubixaba Tibiriçá, o "Formigão Vigilante" (vigia e Sal da terra) e seu neto André Ramalho, o primeiro mameluco paulista, filho da tupi Bartira Piquerobí e João Ramalho.  

A Casa de Tibiriçá de Piratiní* 
Também chamado "O Guerreiro de Olhos Encovados", era casado pelo costume nativo com a nativa Potira e dela teve as filhas casadas com alguns dos primeiros povoadores portugueses, constituindo-se ancestrais de muitas famílias paulistanas tradicionais: Terebê c.c. o jesuíta leigo Pero Dias Parente (1530-1590) e renomeada em seu batismo cristão como Maria da Grã** a primeira Beatriz Dias Machado c.c. Cap. Lopo Dias Machado, todas nossas avoengas. Teve de Potira ainda os filhos Ítalo, Ará, Pirijá, Aratá e Toruí, além de outros filhos nascidos de concubinas. 

Era filho de Amyipagûana Guayaná e de uma "tapuia" (nome dos aborígenes genéricos e nômades) seus irmãos eram Tapiro, Piqueroby Ururaí-Pê (este significa peixinho verde, no dialeto tupiniquim - 1480-1552), Cayuby Ururay-Pê, da aldeia de Ibirapuera-Jeribatiba-Itaim (outra grafia é Caá-Uby) e Araraí Ururay-Pê, o irmão caçula (o sufixo [pê] é uma posposição tupi que tem a mesma função da preposição portuguesa [de] = [Pê] = "de Ururaí").
(16) Bartira ou Burtira ou Bortira [M'Ibicy, flor da árvore] do Tupi, segundo Rodolfo Garcia. Botyra ou Ybotyra [a flor] DLIV, 205. O y pronunciado fechado como o u francês, in J. F. de Almeida Prado - Os Primeiros Povoadores. Ela morreria já velha, de doença genital endêmica entre as nativas, de terrível mau-odor, assistida diariamente pelos padres com os quais rezava e comungava, sempre oferecendo os seus dízimos à obra de Deus! Era filha ou afilhada de Tibiriçá, mais prováel.

(17) João Ramalho (ou Maldonado) era um evidente católico devoto de Santo André e aparentado da família portuguesa do jesuíta Padre Manoel de Paiva e pouco provável "cristão-novo", como tendenciam alguns. E com o nome daquele então muito popular mártir cristão, dedicou uma tosca capela (desde 1513, 40 anos antes da chegada dos jesuítas) no arraial depois elevado a vila com o mesmo nome: Santo André da Borda do Campo, em 1553, assim nomeando também o seu filho primogênito e primeiro mameluco do planalto piratiningano: ANDRÉ RAMALHO! (Três significativas homenagens ao mesmo santo mártir católico, o quê, diante de tanta liberdade selvática, seria estranhável, caso fosse judeu, que escolheria nomes como David, Moisés, Salomão, Levi, Arão). Há uma notícia que diz ter sido escudeiro da rainha, mas por ter cometido um crime, foi deportado ao Brasil, deixando sua mulher prenhe, Catharina Fernandes das Vacas, ambos de Vouzella, Valgode, em Portugal.

*Alguns historiadores do passado titularam equivocadamente Tibiriçá como "senhor de Inhapuambuçu", o que limitaria o seu senhorio à diminuta zona central da Vila de São Paulo. Mas era na realidade, senhor de todo o imenso campo de Piratini, estendendo-se até as fraldas da Serra do Mar em Paranapiacaba e descendo ao litoral, até Bertioga: Tibiriçá de Piratini!

**Terebê ou Maria da Grã: seu nome de batismo cristão foi tomado emprestado do 2º provincial jesuíta do Brasil, Padre Luís da Grã.
O Morubixaba vigilante encontra o majestoso Capitão Donatário: a 2ª Aliança!
Tibiriçá estabelece em 1532 sua 2ª aliança eurobugre (neologismo nosso) com o Capitão Donatário, Almirante e Vice-rei do Brasil, Dom Martim Afonso de Sousa*, cujo magnetismo pessoal, porte majestático e rica indumentária muito o impressionaram! A tal ponto de adotar o seu nome em seu batismo cristão: Martim Afonso Tibiriçá! (Nome original da hoje infelizmente chamada "Rua São Bento" (ele nunca morou aqui!), como já dissemos, placa injustamente usurpada).
*Vide dois links com biografia e pedigree nobre e real deste fantástico conquistador das Índias, neste site.
Tibiriçá e os primeiros abnegados jesuítas de Manoel da Nóbrega: 3ª Aliança!
A Vila de São Paulo do Campo de Piratini, com seu colégio e igreja, foi resultado da 3ª aliança eurobugre de Tibiriçá com a 1ª geração dos jesuítas fiéis e constituiu-se na primeira e maior plataforma bandeirante de exploração profunda da extensão continental brasileira, de Norte a Sul, Leste a Oeste! Foi o marco inicial do "Brazilian Far West", nosso "Texas caboclo", dois séculos mais antigo que o norte-americano! 

A respeito daquela 1º experiência colonizadora ou 1º povoado* de Piratininga em 1532, anexa à aldeia indígena do mesmo nome, Varnhagen atesta a sua pré-existência na reprodução do texto do "Diário" de Pero Lopes de Souza em sua obra:
"Repartiu o capitão mór (Martim Afonso, seu irmão) a gente nestas duas villas (S. Vicente e Piratini(nga) e fez nellas officiaes; e poz tudo em boa ordem de justiça (o que supõe uma câmara de vereança) do que a gente toda tomou muita consolação, com verem povoar villas, e ter leis e sacrifícios, celebrar matrimônios e viver em communicação das artes; e ser cada um senhor do seu; e investir as injúrias particulares; e ter todos outros bens da vida segura e conversável"...
..."Foi a aldêa de Piratini(nga) que Martim Affonso escolheu para fundar a colônia ou villa sertaneja, cujo governo militar confiou a João Ramalho, com o pomposo titulo de guarda-mór do campo. Eis a origem europea da actual cidade de São Paulo"...
..."Tal era o estado florecente das duas colônias, quando Pero Lopes, por ordem de seu irmão (Martim Afonso) as deixou, fazendo-se de vela aos 12 de maio de 1532" 
(In Historia Geral do Brazil tomo I - pg. 126-127 - 2ª Edição Laemmert RJ 1877 - com dedicatória ao nosso saudoso Imperador D. Pedro II, Pai Social Perpétuo do Brasil.
"A Confederação dos Tamoios"
A nova e alteada Vila de São Paulo foi atacada em 9, 10, 11 de Julho de 1562 pela conjuração de ferozes canibais xenófobos sublevados, tupiniquins, tupinambás, tamoyos, carijós, guarulhos, cainjgangues, aliados aos dissidentes guaianás liderados pelo morubixaba e traidor Araraí, irmão de Tibiriçá e seu sobrinho Jagoanharo ("cão bravo", filho do igualmente dissidente Piquerobi de Ururaí, irmão do Tibiriçá, mas já então falecido), morto pelo seu próprio tio morubixaba, com uma espada de pau decorada nas cores da bandeira portuguesa, quando tentava invadir o Colégio, que acolhia mulheres, velhos e crianças. Mas a cruel investida foi bravamente rebatida pela valente pauliceia, liderada na peleja pelo velho morubixaba convertido e seu genro português João Ramalho, mestre-de-campo (general) oficial contra aquela traição genocida da gente amiga da etnia cristã européia! (Voltariam a atacar 30 anos depois, em 1594)! 


Morte e Exéquias de Tibiriçá - Grande Consternação na Paulicéia agradecida

O nosso bom defensor Tibiriçá faleceria no Natal daquele mesmo ano, vítima da epidemia de "bexigas"* (febre varíola), causando grande consternação na vila pela sua morte. Foi pranteado em solenes exéquias pelos agradecidos e afeiçoados colonos paulistanos e missionários de então, durante uma semana inteira! Depois daquele diabólico e traiçoeiro conluio nativo, "se generalizaria de forma irreversível a guerra contra o mundo selvagem", segundo o excelente historiador, governador e ex-presidente Washington Luiz! (18) Nunca houve "genocídio indígena" como acusam os falsos historiadores gramcistas e esquerdopatas.

Muito ao contrário, foi guerra justa em legítima defesa de uma minoria branca ameaçada de extermínio em terreno hostil e infestado de canibais gulosos e ávidos de devorar suas apetitosas carnes brancas, raro quitute para variar a sua monótona dieta doméstica, cansada da carne indígena dos seus vizinhos!!! (Dois padres da Cia. já citados, haviam sido mortos e devorados pelos canibais do litoral!).
(18) In Washington Luiz, Na Capitania de S. Vicente - www.dominiopublico.gov.br.

*Outro autor, Américo de Moura, arrisca que teria sido amebíase intestinal (improvável, porque esta não manifesta bexigas aparentes nas faces).

*Tibiriçá é (supostamente) hexadecavô (16º) da nossa linhagem, pela linha direta da filha Bartira e Pentadecavô (15º) de fato pelas filhas Beatriz Dias e Terebê ou Maria da Grã (colateral), além de outras famílias tradicionais paulistanas.
4 - A nova Vila de São Paulo de Piratininga ficaria segregada no planalto por vários séculos
A vila sertaneja de São Paulo do Campo de Piratininga, por detrás da "Grande Muralha" da Serra do Mar, logo se veria isolada da portuária e movimentada São Vicente, sem poder contar com o seu auxílio ou com recursos do comércio exterior, porquanto o acesso ao seu porto pela escarpada serra se fazia quase que impossível. Por ali não passava mula nem cavalo, a subida era na unha e a carga ia nos lombos dos índios! Sua modesta exportação não passava de uma pálida produção de marmelada, algum trigo, carnes e couros. Seu sal e açúcar eram importados de Portugal e S. Vicente. Aquele quase absoluto isolamento planáltico induziu a Pauliceia às alternativas exploratórias do sertão (caça e mineração, além do cultivo da terra), que iriam determinar as suas características mais marcantes: a extrema mobilidade assimilada dos ancestrais cavalarianos ibéricos conjugada ao seu mesmo soberanismo patriótico! (Os paulistanos (20) eram apelidados de "povo das montanhas" pela miopia luso-vicentina, ignorando a existência de um magnífico e temperado planalto por detrás da alta e escarpada Serra do Mar - coisas de portuga!).
Foto da Grande Muralha e da Baixada Santista SP, feita por satélite. Note-se que Santos e São Vicente estão situadas numa mesma ilha, por morros; anteriormente chamada de Induá-Guaçú, alterada para S. Vicente por Martim Afonso. O Guarujá está situado na contígua Ilha de Guaimbê, depois renomeada Santo Amaro (donataría de Pero Lopes de Souza, irmão de Martim Afonso, falecido em naufrágio), ambas separadas do continente por um estreito braço-de-mar, confundido pelos antigos com um "rio"... de "S. Vicente"..., a exemplo do que também aconteceu com a Baía da Guanabara, confundida com um "rio"...  "de Janeiro"!
(20) O termo [paulistano] refere-se exclusivamente aos naturais da cidade de São Paulo (capital) enquanto o genérico termo [paulista] abrange aos nascidos tanto no interior do Estado SP quanto da capital.
ATENÇÃO:
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A República Paulistana independente sempre esteve legalmente embasada no foral real da donataria autônoma de São Vicente!
Desde o seu nascimento a Paulicéia se organizou numa [Rés Publica] aristocrática (da terra, agricultores), modelo grego antigo, genuíno, governada pela sua natural e meritocrática liderança nativa, selecionada entre os seus equivalentes Pater-Famílias e votada no Pelouro Público (urna) pelo colégio eleitoral composto de reconhecidos concidadãos produtivos ou homens bons. Estranhos, aventureiros e políticos interesseiros (como  da atual e infeliz república remotamente 
manipulada  dos banqueiros globalistas) estavam legalmente impedidos de participar daquele autêntico e autodeterminado governo nacionalista, exceto novas agregações devidamente credenciadas, que iam chegando da Europa mediante consulta.

IDEAIS TRAÍDOS!
(Atritos entre a Paulicéia e os monarcas lusitanos inescrupulosos da era  setecentista).
Sua precoce independência muito iria incomodar os posteriores monarcas da infiel dinastia Bragança, por quem era injustamente pechada de "rebelde", quando na realidade apenas exercia o seu pleno direito de autonomia concedido pelo foral* real de tombo (trecho transcrito e sublinhado logo abaixo) concedido pelo generoso 15º Rei de Portugal D. João III, O Piedoso, da anterior e antiquíssima Dinastia de Aviz, fundada pelo grande 1º Rei D. Afonso Henriques de Portugal, de quem tbm descendemos por várias vertentes. A tenaz resistência da cidadela paulistana contra as traiçoeiras ingerências reais bragantinas e locotenentes vicentinas, sempre foi legal apesar dos paulistanos serem pechados de "desobedientes", quando eram na realidade soberanos aforados e conscientes da sua autonomia! São Paulo tinha foral de tombo assinado alguns meses antes - 06.10.1534 - do vicentino (²¹) em 20.01.1535 - porquanto D. Martim Afonso já fundara ali uma câmara municipal (²²) na precursora Villa de Piratiní em Outubro de 1532, como já vimos, muito antes da chegada dos jesuítas em 1553.

(²¹) In "História da Capitania de São Vicente" págs. 154-176, de Pedro Taques de Almeida Paes Leme, Ed. Melhoramentos. 
(²²) In "A Verdadeira História das Capitanias Hereditárias" Prof. José Baptista de Carvalho, S. Paulo 2008, pg.342-347 Ed. Multimapas
Ideais Traídos!!!
Trecho do foral de tombo autônomo da Capitania de São Vicente:
(*) ..."e por folgar de lhe fazer mercê do meu próprio motu"... "hei por bem e me praz que nas terras da dita capitania (de São Vicente e São Paulo) não entre nem possa entrar, em tempo algum, corregedor nem alçada, nem outras algumas justiças para nelas usarem de jurisdição alguma, por nenhuma via nem modo que seja, nem menos será o dito capitão Martim Afonso (²³) (sucessores e sesmeiros) suspenso da dita capitania e governança e jurisdição dela"...Rei D. João III, O Piedoso, da dinastia de Avis In História da Capitania de São Vicente - Foral da Capitania de São Paulo assinado pelo rei em 06/10/1534 - o da Capitania de S. Vicente em 20/01/1535 -  (por esta datação oficial, São Paulo é 4 meses mais antiga do que S. Vicente) Pedro Taques - História da Capitania de S. Vicente pgs. 143 (ED. Senado) - 164 da Ed. Melhoramentos SP. 
(*)Infelizmente, a posterior e assimétrica dinastia dos Bragança não respeitaria os desígnios aforados deste magnânimo rei da anterior dinastia de Aviz, perseguindo os seus súditos paulistas emancipados e roubando-lhes suas minas e territórios!, aliado aos piratas colonialistas ingleses e seus sócios da máfia sionista de banqueiros globalistas e traficantes de ópio!
5 - A Civilização Paulista Cristã Livre - Um projeto visionário de D. João III!
É mister que não se confunda a autônoma Capitania de S. Vicente e São Paulo com as demais capitanias brasileiras, meros quintais agrícolas e extrativistas de Portugal*. Ao contrário, foi concebida do coração divinamente inspirado do Rei D. João III, O Piedoso, Grão Mestre da Ordem de Cristo, para ser um novo Estado autônomo e irradiador da cultura greco-romana, numa nova civilização cristã livre, como reza claramente o seu generoso foral real de tombamento (²³).
Paulo Prado confirma: "Essa independência e isolamento foram os traços característicos do povo de São Paulo durante todo o desenrolar da História do Brasil. Enquanto o restante do país era apenas uma colônia atrelada ao mesmo ritmo da Metrópole lusa, os Paulistas viviam com vida e ritmo próprios, onde a iniciativa privada desacatava abertamente ordens e instruções (usurpadoras) de além-mar, atendendo somente aos seus próprios interesses imediatos, na ânsia de liberdade e ambição de riquezas que os atraíam aos desertos selváticos sem leis e sem peias. A história do que se nomeou a "Expansão Geográfica do Brasil Colonial" (de Basílio de Magalhães) não é, em sua quase totalidade, senão o desenvolvimento fatal das peculiares qualidades étnicas do povo paulista".
In Paulo Prado, Paulística pg 36 3ª edição José Olympio Editora Rio 1972.
A Paulicéia Fidalga - de Cá e de Lá!
E para garantir o sucesso dessa ambiciosa empreitada, era necessário impor o comportamento social exemplar da sua gente de prol - noblesse obligue! Daí o voto real pelo seu íntimo amigo da infância, o fidalgo Dom Martim Afonso de Souza, quem por sua vez também elegeu os primeiros outros trinta e dois fidalgos cristãos secundogênitos da sua íntima companhia, ou classe média,  deserdados pela Lei da Primogenitura ibérica (Morgados e Mayorasgos), humilhados em sua terra natal  e ávidos de conquistar os seus próprios senhorios e resgatar a sua honra nobiliárquica, que vieram capacitar o núcleo diretor (24) dos 400 pioneiros povoadores de São Vicente e São Paulo!

(23) Outro trecho do foral de donataria: "considerando... é ser a minha costa e terra do Brasil mais povoada do que até agora foi, assim para se n'ella haver de celebrar o culto e officios divinos, e se exaltar a nossa Santa Fé Catholica com trazer e provocar a ella os naturaes (aborígenes mongólicos erroneamente chamados "índios") da dita terra infieis idolatras"...etc, etc.
(24) Composição do Núcleo diretor composto pelos 32 lideres de famílias de origem fidalga: Pero de Goes, Luís de Goes, Gabriel de Goes, Cipião de Goes, José Adorno, Francisco Adorno, Paulo Dias Adorno, Antônio Adorno, Rui Pinto, Francisco Pinto, Antônio Pinto, João Pires Cubas, Brás Cubas, Francisco Nunes Cubas, Antônio Cubas, Gonçalo Nunes Cubas, Jeronimo Leitão, Domingos Leitão, Diogo Rodrigues, Baltasar Borges, Antônio Leme, Pedro Leme, Brás Esteves, Antônio de Oliveira, Antônio Monteiro, Cristovam de Aguiar Altero, Pero Colaço Rodrigues de Almeida, Antônio de Proença, Jorge Pires, Pero de Figueiredo, Jorge Ferreira. Depois vieram muitos outros no final do seculo e início do século XVII, com a chegada dos espanhóis e outros europeus trazidos por D. Francisco de Souza, governador geral da partição Sul. 
SINOPSE GENEALÓGICA
de nossa linhagem paulistana:
(Franco, Lopes, Prado, Cardoso, Bueno da Silva, Rodrigues da Costa, Pires Pimentel, Siqueira, Silveira, Pereira Themudo, Rocha Pimentel, Silva Lima, etc)

A Modesta "nobreza da terra", Sustentáculo da Igreja e da expansão territorial brasileira
Ora, não se poderia construir uma organizada e profícua sociedade, como já dissemos, sem a liderança da gente nobre, pia e educada; extrato genético resultante do refinamento de séculos de civilização cristã ibérica, cujas reconhecidas e pias famílias brasonadas já estavam previamente comprometidas com a sustentação da Santa Sé e expansão da Civilização Ocidental Cristã! A moral de uma nação forte tem a sua perene fonte na religião e na sustentação da sua elite, guardiã natural e fiel da cultura e tradição; daí o fato de quase todas as grandes sociedades mundiais terem sido constituídas pelas suas respectivas religiões e sustentadas suas nobrezas! E nesta capitania não foi diferente! A maior parte dos santos católicos é formada de reis, rainhas e nobres pios, como se pode confirmar no texto acima e nos nossos links laterais!

O Fidalgo afonsino de Aviz, Capitão Donatário e Almirante Vice-rei das Índias Dom Martim Afonso de Sousa V (veja nossos dois links dedicados a ele neste site, com sua biografia e fantástica linhagem fidalga!).

Um Desterro Paulistano: A Marcha da Paulicéia Para o "Mato Grosso do (rio) Jundiaí".
No ano de 1649, numa divergência contra um então abusado e reincidente capitão loco-tenente** vicentino, um grupo de famílias paulistanas assinou uma revoltada carta-denúncia encabeçada pelo Capitão Jerônimo de Camargo e dirigida à câmara municipal paulistana, com extensas queixas contra ele, ameaçando inclusive o fechamento do "Caminho do Mar", para impedir a comunicação e comércio com São Vicente, caso não fossem atendidas! Mas tiveram suas reivindicações desacatadas pela ríspida câmara do partido Pires (contrário àquela liderança política rival), acrescidas ainda de uma extrapolada acusação de "motim" e consequente pena de morte! Naqueles conturbados anos de chumbo seiscentistas, a guerra civil paulistana corria solta!
CONFEITARIA E CAFÉ
A PAULICEA DE JUNDIAÍ
Ponto de encontro da Nouvelle Vague local após a sessão do Cine Ipiranga, onde flertávamos na década de 1960, e 
antes do baile do Clube Jundiaiense. Este título era derivado da original Paulicéia Piratiniguara, em memória de sua raiz paulistana de onde seus ancestrais coloniais foram desterrados.
Antiga fonte Luminosa do Largo da Matriz do Desterro (depois substituída por uma sequencia desastrosa e cafona de "arquiteturas" ideo-ativistas até hoje! Dá nojo!). Sentados estão nosso pai, o Chiquinho, Francisco Rodrigues de Camargo Neto, à direita, e à esquerda um colega de trabalho italiano.

 

**LOCO-TENENTE OU LOUCO TENENTE?! O execrável Manoel Pereira Lobo: cristão-novo português (judeu convertido ou subvertido?!), déspota sem consideração ou compromisso ético com a casta fidalga e aforada paulistana, foi provido em capitão-mór loco-tenente representando o distante herdeiro-donatário Souza em Fevereiro de 1647. Cumpriu-se e tomou posse de 1º de Julho de 1648 até 1651. Persona non grata, deixou seu nome como uma maldição para todas as gerações pósteras!
(Aviso: a presente obra está registrada no Escritório de Direitos Autorais da Fundação Arquivo Nacional de acordo com a Lei Federal 9610 de 19/02/1998 sob nº 708.762 L. 1370 fl. 124 e 709.697 L. 1372 Fl. 76 e quaisquer reprodução  ou republicação total ou parcial, sem o consentimento prévio do autor serão consideradas plágio. Entretanto, trechos reduzidos poderão ser transcritos com o devido crédito ao autor e a esta página na WEB.

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alandecamargo@outlook.com 

A "Vila Fermosa de Jundiaí" era "desaforada", porquanto foi "posseada"!
Jundiaí não teve foral de tombo*. Foi apossada e fundada** mediante fato consumado - naquele mesmo ano, pelo seu líder Capitão Jerônimo de Camargo da primeira geração paulistana dos Camargo 
(filho do tronco espanhol Jusepe Ortiz de Camargo, que anos após fundaria também Atibaia), que arranchou no centro da atual Rua Barão de Jundiaí com cerca de duzentos paulistanos desterrados, já indicando a sua liderança através da 1ª assinatura na enfezada carta dirigida à CMSP, ameaçando o fechamento do Caminho do Mar, além de capitanear a marcha. Enquanto isto, a Guerra Civil entre as facções paulistanas Pires X Camargo corria solta em São Paulo (1640-1663), com outros ramos da família Camargo debandando para Cotia SP, cuja vila e capela refundariam pela liderança do Coronel Estevam Lopes de Camargo (aquela era a cidade natal de sua avó, viúva do banqueiro Gonçalo Lopes, a milionária Catharina da Silva, patronesse da Ordem III de S. Francisco em S. Paulo).
*Em carta transladada de 1767 em Portugal, por Marcelino Pereira Cleto, recentemente descoberta na Torre do Tombo e habilmente paleografada pelo nosso colega jundiaiense João Borin, foi celebrado um Auto de Criação da Vila de Jundiaí posterior à fundação de fato, em 1657. 
A 1ª Câmara Municipal de São Paulo
(N.A.: Entre estes primeiros camaristas de São Paulo que assinaram a ata de 1556, após dois anos da sua fundação, ao menos três deles são nossos ascendentes: FRANCISCO FAREL, JOÃO RAMALHO E AFFONSO SARDINHA, o rico descobridor do ouro do Jaraguá, onde ficava uma de suas minas (a outra era Voturuna), em terras que não eram legalmente suas, pois não estão elencadas em seu inventário.
VEREADORES BANDEIRANTES – Fernão Dias e Raposo Tavares na pintura Colonizadores da cidade de São Paulo, de Clóvis Graciano, exposta na CMSP

"Um Saber de Salvação"
Independência, família, propriedade, fé, pátria, liberdade e prosperidade! Esta era e continua sendo a tônica que norteia os paulistanos autênticos e os caracteriza como gente única dentro do território brasileiro, de renome guerreiro internacional! Os acadêmicos da atualidade também concordam unanimemente que a cabeça filosófica da Paulicéia Colonial era "Um Saber de Salvação", ou seja, uma cristianíssima sociedade distribuída em pias confrarias: irmandades franciscana, carmelita, beneditina, etc!

A Necessidade de um Poder Moderador ficou patente: a república livre e sem cabeça real resultou num fiasco!
 
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D. Jerônimo de Ataíde, Conde de Atouguia, governador-geral do Brasil, representante do poder real português, foi mediador do impasse entre os partidos paulistanos dos Pires e Camargos, ocorrido entre os anos de 1640 e 1660, que resultou na 1ª Guerra Civil do Brasil (a 2ª seria a Guerra dos Emboabas em Minas Gerais, em 1709).
Nos séculos subsequentes, a então dividida pauliceia republicana solicitou e incorporou o Poder Moderador Real do governador-geral do Brasil na Bahia, Conde de Atouguia. Este arbitrou o seu grave impasse político-partidário da 1ª Guerra Civil Brasileira seiscentista entre os partidos Pires e Camargos, pela salomônica Portaria de 24 de Novembro de 1655*, deixando-nos o melhor exemplo do regime político a seguir: O Poder Moderador monárquico! (Se é bom para os britânicos, por que não o seria também para nós, que já fomos país de 1º Mundo, o 4º maior Império mundial?). "País que se preza tem Rei"¹, Deus, Ética e Forças bem Armadas!
*Determinava que os votos dos pelouros para a eleição dos edis fossem organizados por três partidários dos Pires e outros tantos contrários e um neutral. Estes organizadores das chapas seriam "não os cabeças de bando mas sim homens dentre os mais zelosos e timoratos". A constituição das Câmaras Municipais se faria de modo que nelas sempre houvesse um juiz e um vereador de cada um dos partidos em luta + um vereador e + um procurador do Conselho - neutros!

¹Mário García-Guillén, de Madri e São Paulo, escritor-dramaturgo, ex-adido do consulado Geral da Espanha em 1965 e professor de História das Artes na Facukdade Ibero Americana.

7 - A Paulicéia Hispânica  1580-1640
"Paulicea mia que te quiero hispana..."
Séculos XVI ao XVIII - Primitivo Paço Municipal da Villa de São Paulo do Campo de Piratininga em 1628 - Pintura de José Wasth Rodrigues no Museu do Ipiranga - baseada em antigo desenho apócrifo encontrado no Arquivo das Índias, em Sevilha, Espanha (provável autor também daquela vista geral da Vila de S. Paulo do nosso cabeçalho).
Tradições hispânicas na Paulicéia Seiscentista
Em meados do século XVII grande parte da Paulicéia já era de origem castelhana (imigrada entre 1580 e 1640, período do governo espanhol dos reis Felipes) e até mantinha uma arena de touros no então chamado Campo dos Curros (arena de touradas, posteriormente subvertido no vulgar "praça da república", após o odioso e traiçoeiro golpe da quartelada republicana de Deodoro). Vigia então uma dupla-nacionalidade luso-hispânica em São Paulo: As moedas espanholas "Real" e "Maravedi" corriam soltas e se falava espanhol tanto quanto o português, além da língua geral nheengatu (ou tupi adaptado ao vocabulário português). Os nobres espanhóis do Paraguai já estavam aqui assentados havia muito tempo e se uniam em matrimônio às belas piratininganas de origem lusitana e mameluca. Aquela foi uma arejada Paulicéia seiscentista vicejando sob o sol das vanguardistas e justas Leis das Índias hispânicas, cujos avançados conceitos técnicos e humanitários (26) já orientavam as leis locais, havia décadas.
(26) Isto viria acentuar ainda mais o caráter independente paulistano, influência maior da raça "pasiega" cantábrica de Castela Velha, da mesma estirpe do seu herói maior, o Campeão D. Rodrigo de Bívar, El Cid Campeador, daquela aguerrida região fidalga setentrional que resistiu ao invasor muçulmano por seis séculos - gente muito braba!
O poeta Castro Alves, futuro estudante de Direito da urbe paulistana do Século XIX, nos brindaria com um poema apaixonado descrevendo a influência da antiga cultura espanhola seiscentista impressa em suas belas descendentes de mantilhas negras, emolduradas pela bucólica e enevoada paisagem invernal Piratiningana.
Paulistanas de Mantilhas Negras
Rosa de Espanha
"Tenho saudades... ai! De ti, São Paulo,
Rosa de Espanha no hibernal Friul,
Quando o estudante e a serenata acordam
As belas filhas do país do Sul.
Das várzeas longas, das manhãs brumosas,
Noites de névoas, ao rugitar do Sul"
.
 Castro Alves
"O apaixonado poeta Castro Alves pressentia a influência espanhola nos hábitos e temperamento dos habitantes “do país do Sul”. Sua geração caminhou pela Paulicéia sob mantilhas negras e capas espanholas, entre os Cristos ensanguentados das igrejas e as "corridas de toros" (touradas) que aconteciam no Largo (Campo) dos Curros (a hoje infeliz "Praça da República")! Nos primeiros tempos de Piratini, reza a tradição de “quien no es Bueno es malo”. No século XVI, duas esquadras trazem para São Vicente marcos civilizadores. A de D. Martim Afonso de Sousa e seus pioneiros portugueses embarcados no Tejo, e a de D. Diego Flores de Valdés, com os primeiros povoadores castelhanos. 

A Bandeira, instituição militar espanhola parte no toque desassombrado de conquista. Nela, o castelhanismo se junta ao Sebastianismo luso e se transfigura em deslumbramentos do Eldorado. Sob o gibão rústico do bandeirante refulge a imagem da antiga couraça do "adelantado" hispano (Cavaleiro Fidalgo). A tropa que ruma para o sertão desconhecido é um arquipélago de destinos contraditórios irmanados no mesmo sonho de conquista. 

O paulista antigo é um Don Juan de horizontes, enamorado de causas impossíveis, das yaras que aguardam seus guerreiros no fundo de lagoas douradas. Na essência de cada mameluco há sempre a demanda de “algo de nuevo de se mirar”, do índio.

Nos albores piratiniguaras, a presença espanhola é uma constante. Bartolomeu Bueno da Ribeira é sevilhano, Jusepe Ortiz de Camargo nasce em Castela, D. Simão de Toledo Piza dá ao filho o sobrenome Castelhano, Balthazar de Godoy chega no reinado de Felipe II, e os Martins Bonilha vêm na armada de D. Diego Flores de Valdés. Os Saavedras são originários de Castela, D. Diogo de Lara é de Zamora, e Bernardo de Quadros, provedor e administrador das minas em 1599, procede de Sevilha. Enquanto Martim Rodrigues Tenório de Aguilar leva ao Paraupava goiano a inquietação andaluza, D. Francisco de Lemos traz para São Paulo o brasão de Castela!** 

A Aclamação de Amador Bueno é tentativa de golpe de estado espanhol em terras do rei de Portugal. Seus signatários, inconformados com a ascensão da (pérfida) Casa de Bragança, ostentam origens espanholas. São os irmãos Rendón, da Ciudad de Coria, D. Francisco de Lemos, de Orense, Gabriel Ponce de Leon, da Ciudad Real de Guaira, Bartolomeu de Torales, da Vila Rica situada no Paraguai, de onde chegam também, André de Zuñiga, D. João de Espínola Gusmán e outros militares. Todos ocupando seus espaços em Piratininga, através de casamentos com as filhas de potentados da terra". (In Paulo Bomfim RIHGSP #96 São Paulo - 2004).
A Inquietante restauração da monarquia portuguesa e suas tumultuadas consequências na Paulicéia hispânica de 1640
Aqueles paulistanos hispanizados do Partido Camargo já vinham desde 1580 se submetendo de bom grado ao mais organizado e liberal governo espanhol. E naquele momento crítico da restauração da monarquia lusitana, eles se sentiam ameaçados de retroagir às políticas lusas consideradas ultrapassadas e contrárias aos seus princípios modernizantes já cristalizados naquela urbe. Daí a sua obstinação em reivindicar a antiga autonomia política garantida pelo foral real de tombo de D. João III, que lhes garantia plena autonomia e independência! Ficava ali patente, entretanto, a sua intenção de se confederar com a Espanha, Paraguai e Prata, se desligando definitivamente de Portugal!

A Projetada (e fracassada) Independência de São Paulo
A independência paulistana setecentista talvez tivesse sido uma boa ideia, pois a partir da instalação da dinastia (usurpadora) dos Bragança na figura do rei D. João IV (Duque de Bragança) em 1640 e seus sucessores, os paulistas foram sistematicamente roubados (27) de suas minas e territórios, culminando na própria extinção da capitania paulista em 1748, por um período de 17 anos, ficando humilhadamente sujeita ao governo do Rio de Janeiro até 1765, quando só então foi restaurada! Quanta tirania! Quanto cinismo! Todas essas trapaças foram executadas pelos agentes malandros do rei, com destaque para o execrável governador usurpador, ladrão e assassino Antonio da Silva Caldeira. Todo o ouro e pedras preciosas duramente conquistados pelos bandeirantes paulistas iam cair nas mãos dos agiotas askenazi da Inglaterra, em pagamento das vergonhosas dívidas contraídas pelos perdulários e amalucados reis bragantinos!
(27) Veja nosso link sobre O Anhanguera, Bartolomeu Bueno da Silva, e seu filho homônimo, Anhanguera II, fundador da 1ª povoação em 1727, Arraial de Santana, depois Vila Boa de Goiás.
Amador Bueno, O Aclamado "Rei de São Paulo" em 1º de Abril de 1641, recusa o trono: Covardia ou prudência? O Capitão Mor da Vila Amador Bueno é aclamado Rei de São Paulo, pelo povo liderado e insuflado por D. Francisco de Lemos, associado aos genros capitão, todos espanhóis. Não queriam retroagir ao antigo governo português com suas leis consideradas ultrapassadas. Amador se refugiou no mosteiro de São Bento, e sob a proteção dos padres, que saíram de Cruz alçada, declinou da honra, jurando fidelidade ao novo rei D. João IV de Portugal, o Duque de Bragança!

A Conspiração Hispânica Residente
Logo após a restauração do reinado português de 1640, houve um conluio em São Paulo protagonizado pelo líder espanhol Dom Francisco de Lemos (28). Ele e outros líderes hispânicos reuniram uma turba na porta do capitão mor Amador Bueno (seu sogro) aclamando-o "Rei de São Paulo" (29), mas ele repudiou tal ato e se refugiou no mosteiro de São Bento! De lá saíram os monges de cruz alçada, para apaziguar os ânimos! Amador sabia que não possuíam uma armada para se impor a Portugal! Talvez por este motivo tenha recusado sua aclamação aos gritos de "viva o rei D. João IV de Portugal", de espada em riste, pois previa que se a aceitasse, ela seria efêmera, caso a Espanha lhe negasse apoio militar... e talvez acabasse enforcado pelos portugueses! Aquele era um digno juiz e capitão mor: inteligente, sóbrio, ponderado, que não se deixou arrastar pelo calor efêmero e inconsequente de uma paixão transitória! Mas mesmo assim, fica a dúvida - prudente ou covarde? Solo Diós lo sabe!
(28) Ambos ancestrais deste autor
(29) Veja no link de Amador Bueno, a enorme conspiração estrangeira e sua sofisticada urdidura, por detrás da aclamação. Neste site.
Alguns dos apelidos espanhóis:
1-Aguirre, 2-Barros Fajardo, 3-Bueno, 4-Burgos, 5-Camargo, 6-Candia, 7-Caña, 8-Cañamares, 9-Casado, 10-Conqueiro, 11- Escudeiro, 12-Farel, 13-Godoy, 14-Gonçalvez Ordonho, 15- Lara Ordoñes, 16- Martins Bonilha, 17-Muñonez, 18-Muñoz, 19-Oñate, 20-Piña, 21-Quadros, 22-Requejo de Peralta, 23-Rodrigues Tenório, 24-Saavedra, 25-Sanches, 26-Vidal, 27-Zoro, 28-Ponce de León, 29-Contreras, 30-Torales, 31-Guzmán, 32-Zuñiga, 33-Rendon de Quebedo, 34-Luna, 35-Alarcon, 36-Cabeza de Vaca, 37-D. Francisco de Lemos, 38-Dom Simão de Toledo Piza Castellanos... mais tarde: Carassa, Murzillo, Prieto, Martínez, Panadés, Diaz, Azamora, Monzillo, Vélez, Lozano, Dordal, Puiggari, Figueiroa, Castelblanco, Bustamante, Spínola, Saiago, etc. Acrescentamos mais alguns da nossa linhagem: Cubas, Ortiz, Mendonça, Ponez, Cassão, Garcia, Castilho, Prado, Orens Palha, de Pinha, López, Trujillo, Palma, Palácios...

Alcaide D. Alffonso García de Camargo, cavaleiro da Ordem de Santiago de La Fuente dede Burgos (provável funddor), abandeirador da mais antiga fidalguia "Pasiega" da Cantábria, conterrânea de El Cid D. Rodrigo Díaz de Bivar, esta cidade da mesma região burgalesa da Espanha. Arquétipo das futuras Bandeiras Paulistas, notadamente as Bandeiras de Batalha em defesa do território nacional.

8 - Nasce uma Raça de Gigantes
Entrelaçada aos sertanistas vicentinos mais intrépidos que ousaram transpor a temida muralha da Serra do Mar e aos aguerridos imigrantes espanhóis de Castela, mais um pingo do sangue Guaianá-tupi (o Sal-da-terra), a Paulicéia primordial se amalgamou na feliz composição da Raça de Gigantes (segundo o viajante e autor acadêmico francês, Auguste de Saint-Hilaire) (30) que iria conquistar e expandir o hinterland brasileiro pelos séculos vindouros, recuando drasticamente o asfixiante meridiano de Tordesilhas e redesenhando-o no atual Mapa do Brasil, expandido em 2/3 do seu tamanho original!!!

RAÇA DE GIGANTES!
"Fiz Para Mim Este Brasil Gande"!
Teria sido exagero de Saint Hilaire? Não! Somente autênticos gigantes de alma e espírito poderiam ter conquistado um território tão vasto! A força da fé numa nova civilização cristã os fazia agigantar suas forças, sendo eles apenas um punhado de bravos!
"Quando, por experiência própria, se sabe quanta fadiga, provações e perigos ainda hoje esperam o viajante que se aven­tura nestas regiões longínquas e depois se conhecem os pormenores das jorna­das intermináveis dos antigos paulistas, fica-se como estupefato e levado a crer que estes homens pertenciam a uma Raça de Gigantes!"
Auguste de Saint-Hilaire, 1820

(In História das Bandeiras Paulistas 1 - Afonso de Taunay)
Conquistadores e Formadores do Território Brasileiro - O Anhanguera I - Goiás! 

"Tinha a Astúcia de um Tigre e a Bravura de um Leão!"(In Baptista Cepellos Os Bandeirantes 1911)

Bartolomeu Bueno da Silva, O Anhanguera I, bandeirante paulista (decavô do autor) descobridor em 1682 das minas de Goiás*. Magnífica escultura em mármore branco de Carrara de Luigi Brizollara, escultor milanês 1930-1935 do Parque Trianon, na calçada da Avenida Paulista defronte ao MASP. Foto celulográfica Ativ S do autor em 2015.

*Descoberta das Minas de Goiás e fundação da sua primeira cidade (Veja o link O Anhanguera Bartolomeu Bueno da Silva). (Placa Roubada e não substituída).
O Grande Incentivo Seiscentista às Bandeiras Mineradoras 
O elevado moral cristão paulistano era mantido  pelo núcleo diretor composto pelos fidalgos secundogênitos deserdados pela lei da primogenitura portuguesa, como já dissemos, aqui convertidos em capitães de Bandeiras conquistadoras de territórios e minas (a Bandeira seiscentista era originalmente uma instituição militar espanhola, daí seus líderes serem chamados de capitães e coronéis, que vieram aperfeiçoar as rústicas "Entradas" portuguesas quinhentistas - houve época em que cresceram ao ponto de se tornarem verdadeiras - cidades ambulantes!).

A Revivescência da Cavalaria Medieval Fidalga!
Os bandeirantes paulistanos de então exteriorizavam um altaneiro comportamento de cavalaria medieval, muito bravos, ordenados, espiritualizados e hierarquizados, com valores e comportamentos próprios, senhores de "muitos arcos" (exércitos de parceiros indígenas bem treinados e não "escravos") e com essa personalidade auto determinada, foram expandindo territórios, fundando cidades, promulgando leis, implantando a Civilização Cristã! Nenhuma força invasora estrangeira (inglesa, francesa, castelhana e holandesa) pode vencer em batalha campal aquele original exército guerrilheiro eurobugre piratiniguara!

O Monumento às Bandeiras Paulistas - Escultura em pedra do artista italiano radicado no Brasil, Vito Brecheret - Parque do Ibirapuera - São Paulo SP. Comemoração do IV Centenário de São Paulo, em 1954. (Tem sofrido pichações por parte de invasores mongóis induzidos pelos comunistas).

9.O Arquétipo Social da Nacionalidade
Em função dos fatores aqui expostos, a Paulicéia estabeleceu-se como gente independente e única, espelho arquetípico da nação brasileira, de renome guerreiro internacional. E isto fez com que fosse a um mesmo tempo, um povo respeitado, temido e admirado, mas também invejado pelas outras capitanias, odiados pelos invasores estrangeiros e afrontados pelos padres da Cia. de Jesus da era seiscentista, que se opunham à domesticação indígena, tão necessária à ordem social, civilização e progresso da terra selvagem. Era um comportamento hipócrita da parte deles, pois desfrutavam de igual mordomia, tendo muitos indígenas domesticados ao seu serviço (34). O mundo sempre terá uma classe operária, pois é a base da pirâmide social, cuja ordem natural e divina não deve ser subvertida, sob pena de se instalar o caos social!
Veja link Os Camargo.

ATENÇÃO!
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10.A Necessária Expulsão dos conspiradores Jesuítas em 1640!
Os jesuítas foram expulsos (35) em 1640 (embora fossem excelentes professores para os meninos paulistanos) por carta da Câmara Municipal SP, obedecendo a um abaixo-assinado unânime da Paulicéia e demais vilas adjacentes, com a presença do procurador de Santana de Parnaíba, despachada pelo então Juiz Ordinário Fernão de Camargo, "O Tigre", 1º signatário da carta. Eram acusados de tumultuar a colonização, interferindo na domesticação* da mão-de-obra indígena, de interesse nacional, que foi na realidade, "o Primeiro Grande Passo da Ordem Civil Brasileira", segundo Washington Luíz! (36) Isto, numa terra selvagem e cruel, composta de ferozes manadas trogloditas canibais dispersas pelas matas, que se rivalizavam e matavam só para deglutir carne humana em pantagruélicos e macabros banquetes! Era um mundo primevo, desalmado e desumano! Cabeça vazia é oficina do diabo! A Produção era o maior princípio de civilização! Índio desocupado tinha de ser ensinado a trabalhar! A Marcha da Civilização se impunha, com muito trabalho, trabalho e mais trabalho! E isto não se faz com flores, mas se impõe com mão forte, disciplinada e determinada! Foi assim que se construíram as grandes civilizações históricas e aqui não poderia ser diferente!
*Erro fatal! Quiseram "democratizar" a sociedade (que já era livre), dando à plebe indígena indolente, muito mal acostumada, o suposto "direito" de escolha "de não trabalhar"!!? Mas a civilização se fundamenta justamente na ordem e obediência ao trabalho, dever de todo homem! Primeiro o dever, depois o lazer! 
(35) Mas eles retornariam alguns anos depois.
(36) In Na Capitania de São Vicente, Washington Luiz.
11 - "Índios" ou trogloditas mongóis canibais?!
O quinhentista alemão Hans Staden foi aprisionado em 1554 pelos Tamoios ou Tupinambás (do Sul carioca que se estendia até Bertioga, SP) e cevado para posterior deglutição. Este era o fantasioso "paraíso tropical" preconizado pelos falsos ideologistas da esquerda: na realidade, para eles havia pouca expectativa de vida nas intermináveis guerras alimentares! (37) Era o Império da carnificina e da crueldade! A bandeira de Cristo precisava ser fincada naquelas plagas pagãs, sem moral e sem compaixão!
(37) (In Na Capitania de São Vicente - W. Luiz - edição do Senado Federal domíniopublico.gov.br).
Canibais hediondos, carniceiros inferiores aos próprios animais, os quais geralmente respeitam os cadáveres dos seus semelhantes! Seu território bárbaro situava-se entre a Bahia e Rio de Janeiro (mas chegando até Bertioga SP). 
Ilustração In Eduardo Bueno "Náufragos, Traficantes e Degredados".
(38) Há um episódio documentado da Net sobre um grupo de lobos selvagens do Canadá, que encontrando um cadáver de outro lobo na neve, não o devoraram, mesmo sofrendo a mais rigorosa fome do inverno ártico, numa demonstração de profundo respeito à dignidade da espécie, sentimento este completamente desconhecido dos  trogloditas nômades brasileiros, inferiores aos próprios animais)!
A provável estirpe ancestral daquele penitenciário Macunaíma!
Trogloditas antropófagos, nômades que erravam em manadas pela mata como animais (temidos até pelos próprios índios mais urbanizados)! Gravura de Debret (In Debret - Macaris e Pataxós - Voyage Pittoresque et Historique Au Brésil - 1834 - vol. 1, planche. 10).

O Brasil nasceu sob a égide da Santa Cruz de Cristo, e por esta fé, Ele mesmo nos conservará! Terra de Santa Cruz! Mais...
VERA CRUZ!
Armas Imperiais do Brasil - simbolizando nossa soberania e autonomia, agasalhada pela Santa Cruz de Cristo, ao contrário das atuais e espúrias  armas da republica, demonizada pelo pentagrama luciferiano!

A GUERRA DOS BÁRBAROS!
Veja maiores biografias de Bandeirantes de Batalha paulistas, descobrindo e libertando todos os territórios do Norte, Nordeste e Leste do Brasil - por ilibados autores nacionais e estrangeiros, desmistificando versões distorcidas em cenários degradados pela ideologia utópica acadêmica. https://bandpauli.blogspot.com.

ALGUNS DE NOSSOS ASCENDENTES DIRETOS:
Portugal e Espanha
Cap. Marcelino de Camargo Juiz 11°, trineto do Almirante D. Francisco Alfonso de Camargo 14° (3º navegador a transpor o Atlântico ao Pacífico pelo Estreito de Magalhães descobrindo o litoral Sul chileno em 1539), marido de D.ª Mécia Ferreira Rocha Pimentel de Távora, de nobreza certificada e registrada, descendente do Cavaleiro Fidalgo D. Vasco Martins Novaes O 1° Pimentel 23° (tronco galego); D. João Afonso Pimentel Conde de Benavente 19°, marido de D.ª Joana Telles de Menezes, irmã da Rainha Leonor Telles, esta esposa do Rei Fernando I e descendente do Rei Fruela II das Astúrias e Leão e Sancho I de Portugal; Monsenhor Gonçalo Annes Pimentel Senhor de Semelhe e Monsaraz 18°, marido de D.ª Constança Afonso de Aragão e Silva, bisneta do Rei D. Pedro III, sobrinha-neta da Rainha Santa Izabel de Aragão e esposa de D. Diniz Rei de Portugal.

ASCENDENTES BANDEIRANTES:
João Ramalho XVI° - Bartolomeu Bueno da SilvaAnhanguera XII - Tibiriçá Senhor de Piratininga XVII - Amador Bueno Rei de S. Paulo XV - José de Camargo Pimentel Alcaide Mor das Minas IX - Ouv. José Ortiz de Camargo XII, líder do Partido Camargo - Lourenço Franco Viegas Herói de Guerra luso-brasileiro XIII - Cap. Lourenço Franco do Prado XII Fundador de Pitanguy - Gov. da Guerra da Bahia Estevão Ribeiro Bayão Parente XIII, pai do Cap. João Amaro Maciel Parente, na mesma guerra; Salvador Pires, povoador, Francisco Nunes de Siqueira, líder do Partido Pires; D. Francisco de Lemos, Mathias Lopes, Zuzarte Lopes (co-fundador de Nazareth Paulista), Antonio Raposo da Silveira Cav. de Santiago.

COLATERAIS DA NOBREZA  
AFONSINA DA ORDEM DE AVIZ :
Vice-Rei do Brasil e Índias, Almirante D. Martim Afonso de Souza V, Capitão Donatário da Capitania de São Vicente e São Paulo, pai de Izabel Lopes de Souza, esposa de Estevão Gomes da Costa, Sr. da Quinta da Costa de Barcelos Pt, com sesmaria perpétua no Guarujá SP 

OS ALVARENGAS:
D. Arnaldo de Guido Conde da Toscana XXXVI, pai de Lamberto Duque de Spolleto e Toscana XXXV, marido de - Princesa Adylaide da Lombardia XXXV, filha de - D. Pepino Rei da Itália XXXIV, filho de - Imperador Sacro Romano-Germânico Carlos Magno XXXIII, filho de D. Pepino O Breve Rei da Itália XXXII.

BERENGUER DE BARCELONA:
Conde Bello de Carcassone, França, filho de Teodorico Maquir e Auda de França, filha de Carlos Martel Rei de França; - Sibila de Barcelona, filha do Conde Berenger Ramón de Barcelona, esposa de Henrique III de Borgonha, mãe de Henrique IV de Borgonha Conde de Portugal, marido da Condessa Teresa DE LEÃO (filha de Rei Alfonso VI de Castela Imperator Totus Hispaniae), pai do Rei Afonso Henriques fundador do Reino de Portugal; descendente do tronco Garcia Ximenes Magnata Basco do Reino de Navarra, marido de Daldidis de Pallars de Hautes-Pyrénées, França, pai de Sancho I Garcez Rei de Pamplona, marido da Rainha Toda Aznares, filha do Conde Aznar Sanches de Larraún e da Princesa Onneca Fortunez filha do rei Fortunio Garcez.

MORAES
(Linha reta, via Portugal, França e Inglaterra):
Reis da Bretagne Francesa - Conan Meridiac ap Gereint de Bretagne LVII - 1º Rei da Bretagne, Armórica [Vannetais, Cornouaille], antiga província romana, doação de seu cunhado imperador romano Flavius Magnus Maximus, Normandia após invasão viking; sua 1ª esposa foi Sta. Úrsula de Domnonée princesa da Grand-Bretagne; a segunda foi a Abadessa Darerca d'Irlande (princesse d'Albanie, Verch Calpumius da Irlanda - Santa Darerca ou "Moninna" de Killeavy); teve dela o filho Gradllon Mawir, 330-437, 14º na descendência masculina de St. James, um dos irmãos de Jesus Cristo, 56º da linhagem descendente do Rei David de Israel; Rei Hoel I "o Grande"da Cornualha e Bretanha, ["MAWR"] , também chamado de "MAGNUS" HOVELIUS, marido de = Santa Alma-Pompea, meio-irmã do rei Arthur da Grã-Bretanha, Sainte Pompée; Alain Ier le Blanc (Judual ou Judael de CORNOUAILLE ) Roi de Bretagne (577), Comte de Rennes; Alain I, o Grande, Conde de Vannes e Nantes (877-907), Alan III Rei da Grã-Bretanha (890-907), Conde de Poher; Alain Barbe-Torte de Nantes, comte de Dol, comte de Vannes (931), comte de Nantes (1º, 931), duc de Bretagne (937-952), comte de Poher, nascido (910) (no exílio) Angleterre; Duque Alain III ou II da Bretanha, Conde V de Nantes, refugiado no reino de Leão, pai de D. Mendo Allan I de Bragança, que passou a Portugal, ancestral de Balthazar de Moraes de Antas, marido de Brites Rodrigues Annes, tronco nobre e real dos Moraes de São Paulo.
O ANHANGUERA NA AVENIDA MAIS PAULISTA DE SÃO PAULO DE PIRATINÍ!
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Alan Rodrigues de Camargo (Pimentel) - Anhanguera XII
El Cid XXXV e seu decavô Bartolomeu Bueno da Silva O Anhanguera I na magnífica escultura de 1935 do milanês  Luigi Brizolara em mármore branco de Carrara no Jardim Trianon, calçada da avenida Paulista em São Paulo, em auto-retrato de 2017.

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*HISTÓRIA DO BRASIL: Armitage, Oscar Canstatt, Vanhagen, Frei Vicente do Salvador, Felisberto Caldeira, Gandavo, Albano Magalhães, Fernão Cardim, Antonil, Jaboatão, Francisco de P.ª Resende, Capristano de Abreu, Candido Costa, Frei Apolinario da Conceição, Gabriel Soares de Sousa, Sergio Buarque de Holanda, João Mendes, Pero Lopes de Souza, Afonso de Taunay, Carvalho Franco, Belmonte, J. F. Almeida Prado, Paulo Prado, Mello Nóbrega, Faustino da Fonseca, Praxedes Pacheco, Zeferino Candido, Melo e Moraes, Mario de Meroe, Debret, Barão R. Branco, S.A. Sisson, Gandavo, João Mel. Per.ª da Silva, Joaquim Mel. de Macedo, Felisbello Freire, Olavo Bilac, Américo Brasiliense, Luiz Gonçalves, Brandão, Eurico de Góes, Southey, Pero de Magalhães, Eduardo Prado, Mel. Ayres de Casal, Pedro Calmon, Simão de Vasconcellos, Oliveira Lima, Oliveira Vianna, Vasconcellos, João Cardoso de Menezes e Souza, Tshudi, Zaluar, Auguste Saint Hilaire, Luiz Marques Poliano, Azevedo Marques, Léry, Eduardo Bueno, L. Valentim, Salvador Henrique de Albuquerque, Pero Vaz de Caminha, Viriato Correia, João Ribeiro, Solano Constâncio, Galanti, Tancredo do Amaral, Affonso Ant.º, Hans Staden, Pedro Taques, Frei Gaspar da Madre de Deus, Washington Luiz, Gilberto Leite de Barros, Aracy Amaral, Calógeras, Silva Bruno, Diogo de Vasconcellos, Leonardo Arroyo, Paulo Setubal, Theodoro Sampaio, Anchieta, João de Escantimburgo, Americo de Moura, Ellis Jr., Bello, Silveira Lobo, Alencastro Autran, Pereira da Silva, Tito Livio Ferreira, Tito Franco de Almeida, Suetônio, Joaquim Nabuco, Tavares Bastos, Joaquim Floriano de Godoy, Marquês de Resende, Ramalho Ortigão, Antonio Paim, Ivo D'Evreux, Dalincourt, Corte Real, Conde Ficalho, Konrad Guenther, Langdorf, Carl de Sleider, Danil P. Kidder, Euclides da Cunha, Richard Burton, Alcântara Machado, Henry Codreau, Mariom McMurrough, Soveral, etc, etc, mais de 2500 autores nacionais e estrangeiros!!!
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Leia e entenda: Bandeiras de Batalha Paulistas!
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